Por thiago.antunes
Rio - Marinheiros que estavam embarcados no porta-aviões São Paulo, na Baía de Guanabara, retornaram à base na tarde desta sexta-feira. A decisão ocorreu após O DIA mostrar com exclusividade, nesta sexta-feira, que o navio apresentou vazamento de óleo no mar, além de problemas na caldeira que resultaram em queimaduras de três marinheiros. Tripulantes denunciaram que havia risco de explosão.
Imagem obtida pelo DIA também mostrou o momento em que os militares retiraram as boias de contenção do vazamento de óleo do navio. Procurada, a Marinha admitiu o incidente mas não informou a quantidade de óleo vazado. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) disse que não foi informado sobre o vazamento.

Na manhã de ontem, familiares estavam preocupados e sem comunicação. O comando do navio teria proibido o uso do celular depois das denúncias feitas. “Desde ontem (quinta-feira) tento ligar para ele, mas o celular está na caixa postal. Ele reclamava que o calor era intenso e a falta de ventilação fazia com que eles tivessem que dormir fora do alojamento”, contou a mulher de um marinheiro.

Imagem mostra vazamento de óleo no mar quando militares retiraram boias de contenção no porta-aviõesAgência O Dia

Cerca de mil militares, entre soldados, cabos, sargentos e oficiais, estavam embarcados sob o comando do contra-almirante José Renato de Oliveira. Segundo os marinheiros, o oficial se recusava a encerrar o exercício apesar do perigo.

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Os embarcados não quiseram se identificar com medo de represálias e informaram que desde terça-feira, quando deixaram a Base Naval, água do mar estava entrando no local que armazena a maior parte dos alimentos da tropa. O armazém teve que ser interditado.
Sobre os militares feridos na caldeira, a Marinha disse eles já foram medicados e liberados. O navio é o único do tipo no Hemisfério Sul e um dos 20 desse modelo em atividade no mundo. Mas o equipamento no Brasil sofre com a infraestrutura. Ele foi comprado já usado da França em 2000 por U$ 12 milhões.
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