Rio - O Brasil tem mais de 30 milhões de animais abandonados, só entre cães e gatos. A adoção poderia ser a solução. O problema é que, assim como nos orfanatos, onde bebês brancos e sem doenças são os mais procurados pelas famílias, nos abrigos para animais a maioria das pessoas busca filhotes sadios e que não sejam vira-latas.
Por isso, entidades de defesa dos animais estão ampliando as campanhas de adoção e, ao mesmo tempo, tornando o processo mais criterioso. O objetivo é evitar que os animais sejam novamente rejeitados. Só na Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa), em Benfica, na Zona Norte do Rio, há 3.500 animais à espera de adoção. “Os animais chegam sofridos, doentes, atropelados. Queremos lares onde eles sejam amados como filhos”, defende Isabel Cristina do Nascimento, presidente da Suipa, instituição que acolhe por dia, em média, 50 animais.
Antes de adotar um bicho de estimação, é preciso que o candidato a ‘dono’ tenha certeza de que estará disposto a cuidar dele por toda a vida. Além de carinho, alimentação e abrigo, o animal precisa de cuidados veterinários e remédios. Por isso, entidades como Paraíso dos Focinhos e Anida não autorizam a adoção quando percebem que a intenção das pessoas é fazer com que os animais se tornem cães de guarda ou sirvam de brinquedo para os filhos.
Rejeitada pelo antigo dono, a gata Catalina foi adotada por Tatiana Sogabe, funcionária de uma empresa de Petróleo. “Ela vivia numa gaiola em uma clínica veterinária. Tem uma doença contagiosa para outros gatos.Então, só pode ficar sozinha ou com gatos com a mesma doença. Além disso, já é grande e preta. Ofereci minha casa para ser um lar temporário e acabei me apegando a ela”, conta.
A modelo Fiorella Mattheis também conheceu sua ‘filha’ por acaso. A gata vira-lata Mia estava em um abrigo quando foi selecionada para ser uma das estrelas da campanha da ONG Ampara Animal. “Foi no dia dessa foto que conheci a Mia. Ela ficou quatro anos no abrigo só porque é preta. Ela é muito dócil e apegada: carente! Impressionante como ainda existem pessoas com preconceito com gato preto! ”, disse a atriz, que defende a adoção dos cães de rua. “Sou uma mistura de alemão com italiano. Eu sou vira-lata”.
PARAÍSO DOS FOCINHOS
A instituição tem gatos e cachorros para adoção. Os candidatos devem ser maiores de 18 anos e estar com carteira de identidade, CPF e comprovante de residência. Informações: contato@paraisodosfocinhos.com.br.
DOCUMENTOS
Para adotar é preciso levar identidade, CPF, comprovante de residência, ter mais de 18 anos e ser aprovado na entrevista, na Praça General Osório (dia 15) e na Afonso Pena (dia 16).
FOCINHO CARENTE
A Suipa faz campanha de adoção, aos sábados (9h às 15h), em frente à antiga TV Manchete, na Glória. O atendimento também é feito na sua sede, em Benfica, de segunda-feira a sábado (8h às 15h), e domingos e feriados (8h às 12h).
AMPARA ANIMAL
No site da ONG (www.amparanimal.org.br), há uma lista de animais disponíveis para adoção. O calendário ‘Somos Todos Vira-Latas’, está à venda pela internet.
NO AR: BIG DOG BRASIL
Um reality show canino está fazendo o maior sucesso no Facebook. Mais de cinco mil pessoas já acessaram a página para dar aquela espiadinha nas estripulias de cinco cãezinhos órfãos, na casa mais vigiada da internet. São as estrelas do BDB, o Big Dog Brasil, no qual, ao contrário do programa de TV, o primeiro a sair de casa é o vencedor. Ele ganha um lar.
A ideia partiu da paulista Lívia Coelho, após recolher os animais abandonados em Cubatão, interior paulista. O primeiro eliminado foi Peter Parker, que foi adotado por Ana Júlia, de 9 anos. Enquanto os outros ‘brothers dogs’ aguardam uma família, eles se divertem participando de festas e provas do líder.