Rio - Depois de diversos assaltos nos últimos meses e dos recentes casos de “justiça com as próprias mãos” contra supostos suspeitos, a Prefeitura do Rio resolveu agir na região do Aterro do Flamengo. A Secretaria Municipal de Governo está montando uma operação móvel 24 horas, que começará na próxima terça-feira, dia 18.
O secretário Rodrigo Bethlen informou ao DIA que fará uma reunião hoje com diversos órgãos municipais e com a Polícia Militar para definir os detalhes da operação. Além do Aterro, outros pontos do Centro e da Zona Sul serão patrulhados.
A expectativa é que sejam montados três comboios, com 20 profissionais, entre agentes da Assistência Social, da Ordem Pública, da Guarda Municipal e da Polícia Militar. “A ideia é dar resposta a problemas que a gente entende que precisam de atuação mais transversal”, disse Rodrigo Bethlen.
Segundo a prefeitura, o objetivo é separar os casos que envolvem crimes e o atendimento a dependentes químicos que se concentram nessas regiões. “Um rapaz que depende de crack, por exemplo, e assalta é um problema da polícia, mas, se a gente o tivesse atendido antes, seria uma questão da Assistência Social. A ideia é que, com a ação integrada, a gente possa ter uma resposta mais rápida ao cidadão”, explicou o secretário.
Bethlen disse que os pontos mais críticos para a atuação dos comboios ainda estão sendo mapeados. Entre eles, estão a Central do Brasil, o Aterro e algumas regiões específicas do Catete, da Glória e de Copacabana.
A ação foi anunciada uma semana depois que um menor nu foi preso pelo pescoço, com uma tranca de bicleta, a um poste no Avenida Oswaldo Cruz, no Flamengo. O crime foi cometido por moradores da região que se denomina “justiceiros” e justificou o ato devido à alta da violência no bairro.
A Polícia Civil informou que a 9ª DP (Catete) continua apurando o crime de lesão corporal em inquérito aberto na semana passada. Equipes da delegacia estão ouvindo testemunhas e fazendo buscas para tentar localizar câmeras de segurança que possam ajudar a identificar os autores do crime. O adolescente prestou depoimento e foi encaminhado a um abrigo da prefeitura.
Ação similar já ocorre na Lapa
Em dezembro, depois que três pessoas foram assassinadas na Lapa, o Governo do Estado e a Prefeitura do Rio anunciaram a operação Lapa Presente.Foram criados grupos com um policial militar, um guarda municipal e um agente da Secretaria Estadual de Governo para monitorar as ruas todas as noites da semana, entre 21h30 e 5h30. As patrulhas foram iniciadas no dia 1º de janeiro.
Como na ação criada agora, o monitoramento é concentrado nos locais onde foram detectados os maiores índices de furtos, roubos, consumo e tráfico de drogas, em rondas de bicicleta, a pé ou em viaturas. As abordagens são filmadas para auxiliar as investigações.
Funcionários da Comlurb integram o efetivo na fiscalização do programa Lixo Zero, assim como agentes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social disponibilizaram uma unidade móvel do projeto Proximidade, que faz o acolhimento voluntário de moradores de rua e envolvidos com drogas.
A prefeitura anunciou que em breve deve fazer novas operações surpresa na Avenida Brasil, onde um grupo de usuários de crack se abriga novamente na obra da Transcarioca. Há 15 dias O DIA flagrou um grupo de mais de 50 pessoas, ao lado de agentes de trânsito da prefeitura.