Por thiago.antunes

Rio - A manicure Suzana do Carmo de Oliveira Figueiredo, de 22 anos, assassina confessa do estudante João Felipe Eiras Santana Bichara, 6, em Barra do Piraí, no Sul Fluminense, em março do ano passado, foi condenada nesta quarta-feira a 32 anos de prisão em regime fechado. A pena cobre os crimes de extorsão mediante sequestro (com resultado morte), e de ocultação de cadáver. A sentença para o crime que chocou o país foi dada pelo juiz da 1ª Vara Criminal do município, Murilo Teixeira de Mello Júnior. A defesa de Suzana deverá recorrer.

O avô do menino, Heraldo Bichara, 71, disse, que a família se sente “um pouco mais reconfortada”, mas desabafou: “Quinhentos anos de detenção era pouco, pois nada vai trazer meu neto de volta para nosso convívio.”

Manicure Suzana no banco dos réus%2C ontem%3A ela confessou ter matado João FelipeJM Coelho / Diário do Vale

Segundo ele, seu filho — empresário de mesmo nome do pai — e sua nora, Aline, também vibraram. “Mas nossa vida ainda não entrou nos eixos. Minha neta, Amanda (nome que, de acordo com família tinha sido sugerido por João Felipe), nascida há 40 dias, é quem tem nos devolvido um pouco da alegria no dia a dia.”

Na sentença, Murilo frisa que Suzana - que sequestrou o garoto no colégio, o matou num hotel e escondeu seu corpo numa mala em casa -, agiu “de forma livre e consciente”, com a finalidade de obter dinheiro.” Na época, ela pediria R$ 300 mil de resgate, mas, no hotel, disse ter se apavorado com reações inesperadas do menino, o que motivou sua morte.

O caso foi investigado pelo delegado José Mário Omena. O policial ouviu de Suzana, que era frequentadora da casa dos pais da vítima, por prestar serviços a Aline, em depoimento,que sua intenção era se vingar do pai do estudante, com quem supostamente teria tido um caso. O romance teria resultado numa gravidez, mas ela alegou que, a mando do empresário, fizera um aborto. Heraldo Jr. negou tudo.

Um crime marcado pela frieza

No dia 25 de março, Suzana, se passando por Aline ao telefone, inventou que o estudante tinha que ir ao médico e que designaria Suzana para buscá-la de táxi, no colégio. Ela o levou para um hotel, no Centro de Barra do Piraí, onde, depois de dar-lhe sonífero, o asfixiou com uma tolha e o matou. A manicure ainda teve frieza para lavar o cadáver, retirado do hotel também em táxi e escondido na própria casa.

Suzana, que escapou de ser linchada em Barra do Piraí, foi presa no dia do crime. Pouco antes da detenção, ainda acompanhou a mãe do menino na porta da escola e na delegacia, fingindo estar comovida. Na ocasião, ela chegou até a oferecer seu celular à mãe do menino para que ela ligasse para a polícia, pois a bateria do aparelho de Aline havia se esgotado. “Ela agiu de maneira fria e desumana”, destacou o juiz.

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