Por thiago.antunes

Rio - Uma boa notícia para os passageiros de ônibus no Rio: 258 veículos com ar-condicionado começam a rodar pelas ruas da cidade até o fim de março, sendo que 150 deles chegam ainda em fevereiro. A estimativa da Rio Ônibus (associação que reúne as empresas do setor) é de que, até o fim do ano, sejam incorporados à frota 1.500 novos ônibus com ar, sendo que a maior parte deles ficará nas zonas Norte e Oeste.

Dos que chegam até o mês que vem, o consórcio Intersul, que opera as linhas da Zona Sul, comprou 76, o Internorte, na Zona Norte, outros 72, o Santa Cruz, da Zona Oeste, adquiriu 61 e o Trancarioca, responsável também por linhas da Zona Norte, encomendou outros 49. “Aqui na empresa (Pavunense) nós compramos 53 ônibus com ar. Na linha 296 (Irajá-Passeio), por exemplo, todos os veículos serão refrigerados”, contou um diretor da companhia da Zona Norte, que pediu para não ter o nome divulgado.

A Pavunense%2C que opera na Zona Norte%2C comprou 53 veículos com ar novos%2C que vão entrar em operação até março. José Pedro Monteiro / Agência O Dia

Atualmente, a frota do Rio é de 8.725 ônibus, sendo 1.658 refrigerados, cerca de 19%. Com as aquisições esperadas para 2014, o percentual deve subir para 33%. A distribuição por região deve mudar um pouco, com mais ônibus para a Zona Norte, que tem os dois consórcios com menor percentual de “geladinhos”, com 16,29%, no Transcarioca, e 8,41%, no Internorte. O consórcio Santa Cruz, da Zona Oeste, lidera, com 30,95%, e o Intersul, da Zona Sul, tem 22,37%.

Em janeiro, matéria do DIA mostrou que os veículos com ar eram mais raros nas linhas de ônibus que seguiam do Centro para as Zonas Norte e Oeste (pela Avenida Brasil), do que as que tinham como destino a Zona Sul e a Barra da Tijuca. Em uma hora de contagem na Presidente Vargas e Rio Branco, os percentuais alcançados foram de 1,4% (para Zonas Norte e Avenida Brasil) e 27,1% (para Zona Sul e Barra), respectivamente.

Cada ônibus com ar tem custo estimado em R$ 400 mil, e a previsão de investimento total este ano chega a R$ 500 milhões. “Isso só foi possível por causa do reajuste das tarifas, que deu segurança para o empresário investir, além de ter facilitado o acesso ao crédito. Os bancos não costumam dar empréstimos quando o setor não está equilibrado e existe quebra de contratos”, ressaltou o presidente da Rio Ônibus, Lélis Marcos Teixeira.

Lorival%3A ‘Aqui faz muito calor%2C e os ônibus ficam mais quentes com o sol na lataria. Tomara que eu pegue um novinho%2C com ar-condicionado’José Pedro Monteiro / Agência O Dia

O despachante Carlos Eduardo Araújo trabalha na Pavunense há 10 anos. Ele conta que já há motorista brigando para pegar os ônibus novos. “Ah, todo mundo quer, né? Além de ser um conforto para o passageiro, imagina como vai melhorar a vida de quem trabalha o dia inteiro dirigindo.” É o caso de Lorival Cassiano Santana Filho. “Tomara que eu pegue um novinho, com ar-condicionado”, disse o motorista.

Mudanças no Centro já predujicam o comércio

Ao fim da primeira semana de proibição aos carros na Rio Branco e fechamento do Mergulhão, o comércio da região já sentiu os efeitos das mudanças no trânsito. O presidente do Sindicato dos Lojistas do Rio (Sindilojas), Aldo Gonçalves, disse que a decisão da prefeitura de acabar com estacionamentos em dia de semana só piorou o cenário, que, segundo ele, está “lamentável, com queda de 20% a 30% nas vendas.

A mão dupla na Rio Branco ainda gera confusão para motoristas e trava o trânsito na Presidente VargasFabio Gonçalves / Agência O Dia

“Fomos extremamente prejudicados. Para as pessoas irem às compras, precisam circular e estacionar. Boa parte das pessoas está indo comprar em Madureira para fugir disso”, afirmou Aldo, criticando ainda a falta de diálogo da prefeitura. O secretário municipal de Transportes, Carlos Osório, respondeu que ainda é cedo para avaliar os impactos nas vendas, mas que há disponibilidade para dialogar com o setor.

Apesar de menores do que na quinta-feira, os engarrafamentos predominaram ontem nas ruas do Centro. Pela manhã, as avenidas Presidente Vargas e Francisco Bicalho eram as áreas mais críticas. Além disso, a Tijuca voltou a sofrer com problemas nos sinais. A CET-Rio alegou que uma “pequena pane elétrica” que ocorreu no bairro provocou o problema. Na Zona Sul, manifestação de servidores da saúde fechou ruas de Ipanema, causando também congestionamentos pela manhã.

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