Rio - A prisão de um ator acusado de roubo gerou polêmica e virou tema de várias discussões nas redes sociais. Funcionário de loja de roupas no Norte Shopping, onde trabalha como vendedor, Vinícius Romão de Souza, 26 anos, que participou da novela ‘Lado a Lado’, na Rede Globo, está preso desde o dia 10 de fevereiro.
Segundo familiares, ele tinha acabado de sair do trabalho e caminhava em direção à sua casa pela Rua Amaro Cavalcanti, no Engenho de Dentro, quando foi abordado por agente de folga. A Polícia Civil vai solicitar imagens de câmeras da via para auxiliar nas investigações.
Lotado na 11ª DP (Rocinha), o policial civil disse em depoimento que se deparou com a vítima do assalto chorando em um posto de ônibus e ofereceu ajuda. A mulher teve roubada uma bolsa, onde havia R$ 10 e um RioCard.
“Estou chocada! Romão foi meu aluno e sei muito bem o quanto esse garoto é bom!”, escreveu uma mulher que disse ter sido professora do ator. Outros internautas sustentam que ele foi vítima de racismo.
‘Uma história sofrida’
Copeira do Hospital Pasteur, a vítima contou que havia sido assaltada por um jovem que pulou o muro da estação de trem. O ator — filho de um oficial do Exército e recém-formado em Direito — foi abordado pelo agente, que estava em seu carro particular acompanhado pela vítima, que, segundo a Polícia Civil, o reconheceu duas vezes.
Imagens gravadas por câmeras de prédios da rua onde ocorreu o assalto mostraram que o criminoso tinha a aparência semelhante à do ator, mas vestia bermuda e estava sem camisa — enquanto Vinícius estava de calça comprida e de camiseta pretas.
“Onde estão essas imagens? Por que a polícia não ouviu a versão dele, não confirmou os fatos? O Vinícius tem uma história sofrida. O irmão morreu na adolescência, de leucemia, e há quatro anos ele perdeu a mãe, com AVC. Ele é um vencedor, conseguiu se formar na faculdade, foi convidado para contracenar com o Lázaro Ramos”, ressaltou a estudante Kamille Menah, 25, amiga de Vinícius.
O ator acabou sendo autuado na 25ª DP (Engenho Novo) e foi encaminhado à Cadeia Patrícia Acioli, em São Gonçalo, onde permanece aguardando transferência para o Complexo de Gericinó. Os objetos roubados não foram encontrados com ele.
Reportagem de Roberta Trindade
