Rio - Após três anos consecutivos em queda, o número de assassinatos no estado voltou a subir. Em dezembro de 2008, a cidade ganhou a primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) — implantada no Santa Marta, em Botafogo. O principal projeto de segurança do governo de Sergio Cabral, que hoje conta com 37 UPPs, ajudou a explicar essa redução, disse a Secretaria de Segurança inúmeras vezes.
Porém, dados divulgados ontem pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que os homicídios dolosos (com intenção de matar) subiram 16,7% ano passado em relação a 2012, num total de 680 mortes a mais. Em 2013 foram registrados 4.761 assassinatos contra 4.081 em 2012.
O último aumento de casos de homicídios registrados no estado, de acordo com o ISP, foi em 2009. Naquele ano, foram 5.793 assassinatos, um aumento de 1,3% em relação a 2008, quando esse número foi de 5.717 (76 a mais).
A queda nesse tipo de crime começou em 2010 quando foram registrados 4.767 assassinatos, 17,7% menos mortes que o ano anterior (menos 1.026 casos). Desde então, à medida que a Secretaria de Segurança ia aumentando o número de UPPs pelas favelas, os homicídios vinham caindo. Em 2011, esses dados novamente apresentaram queda em relação ao ano anterior. Foram 4.286 assassinatos naquele ano, queda de 10% em relação a 2010, num total de 481 homicídios a menos.
Em 2012 os assassinatos continuaram caindo. Foram 4.081 casos naquele ano contra 4.286 de 2011, uma queda de 4,6%, totalizando 205 ocorrências a menos. No ano passado, um caso que teve repercussão nacional ocorreu na Vila do João, na Maré: em junho, o engenheiro Gil Barbosa foi morto ao entrar na favela por engano.
Além dos homicídios, houve aumento ainda em 2013 em relação a 2012 de latrocínio (roubo seguido de morte) e lesão corporal seguida de morte. Latrocínio aumentou em 2,8%: de 142 casos em 2012 para 146 no ano passado. Já lesão corporal seguida de morte teve aumento de 17 casos: 24 em 2012 contra 41 em 2013. Após as UPPs, o estado implantou Companhias Destacadas em Niterói e Baixada para tentar amenizar a violências que também vem crescendo nesses locais.
Ladrão agia perto da DP
Apontado como um dos maiores ladrões de carro da Ilha do Governador, Itamar Antônio Kós, de 47 anos, acabou preso por agentes da 37ª DP (Ilha). Ele foi flagrado com um Corsa que constava como furtado no próprio bairro, no Cocotá, em setembro. Segundo a Polícia Civil, ele responde a três inquéritos por furto e já tinha passagem por receptação.
De acordo com as investigações, ele praticava a maior parte dos crimes no Jardim Carioca, a poucos metros da delegacia, e tinha preferência por veículos velhos. Ele recebia R$ 400 por cada automóvel e R$ 1 mil se o veículo fosse novo de uma pessoa com quem se encontrava em Duque de Caxias, na Baixada.
“Além desses carros não possuírem dispositivos modernos de bloqueio ou rastreamento, ele tem uma característica física que não levanta suspeitas. Se alguém o visse entrando no veículo, acreditaria que ele era o proprietário do mesmo”, destacou o delegado José Otacílio Bezerra. Itamar foi autuado por receptação e adulteração de chassi.