Rio - Centenas de garis da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) voltaram a protestar neste domingo em frente à sede da prefeitura, na Cidade Nova. Os manifestantes, que cobram melhores condições de trabalho, fecharam uma parte da Avenida Presidente Vargas e seguiram em direção à Candelária.
A categoria pede reajuste salarial de R$ 803 para R$ 1,2 mil, aumento no valor do tíquete alimentação diário de R$ 12 para R$ 20 e o pagamento de horas-extras para quem trabalhar nos domingos e feriados, como previsto em lei. “Chegamos a trabalhar dobrado em época de carnaval e não ganhamos um centavo a mais”, disse uma das lideranças do movimento, a gari Edna dos Santos.
O protesto é acompanhado pelo Batalhão de Policiamento Militar de Grandes Eventos, que pelo segundo dia consecutivo não usa identificação nas fardas. De acordo com o oficial no local, coronel Wagner Vilares, a identificação não é “uma obrigatoriedade legal, mas administrativa”. Ele estima que cerca de 100 garis participam do protesto na prefeitura.
“Estamos com equipamento novo e ainda estamos fazendo a identificação”, justificou o coronel. A Defensoria Pública do Estado do Rio não foi localizada para comentar a ausência de mecanismo que permita identificar os militares.
Os manifestantes contabilizam cerca de 400 garis no protesto em frente à prefeitura.
Cidade amanhece com lixo na rua
Sem limpeza urbana, o Centro da Cidade amanheceu com bastante sujeira nas ruas após a passagem do tradicional Bloco do Bola Preta, no sábado de Carnaval. Montantes de lixo com sacos plásticos, garrafas de vidros, entre outros materiais, ocupam as vias.
Mesmo sem paralisação oficial, muitas ruas da cidade amanheceram — e anoiteceram — cobertas de lixo. Na Lapa, os garis só apareceram por volta das 9h deste sábado. Também houve problemas no Aterro e em pontos onde aconteceram eventos carnavalescos, como o Boulevard 28 de Setembro, em Vila Isabel. A Rua Soldado Bernardino da Silva, em Vila Kosmos, Zona Norte do Rio, onde todo sábado ocorre uma feira livre, ainda não teve o lixo recolhido na manhã deste domingo.
Na tarde de ontem, cerca de 400 garis da Comlurb fecharam a Avenida Presidente Vargas pedindo melhores condições de trabalho, reajuste salarial, vale-refeição e pagamento de horas extras. Ao tentarem protestar no Sambódromo houve confronto com policiais do Batalhão de Choque da PM.
Comlurb nega paralisação
Corroborando a informação do sindicato, a Comlurb distribuiu nota informando que foram recolhidas 21 toneladas de resíduos na Marquês de Sapucaí, preparando a avenida para as escolas de samba desfilarem neste sábado. Nas ruas de acesso ao Sambódromo, foram retiradas 6 toneladas de lixo. A coleta seletiva na Passarela do Samba totalizou, no desfile de ontem, 7,3 toneladas de resíduos recicláveis.