Por paulo.gomes

Rio - Impasse entre um grupo de garis dissidente do sindicato da categoria e a Comlurb pode manter as ruas do Rio com lixo durante o Carnaval. Apesar de acordo feito nesta segunda-feira na sede da Prefeitura do Rio, o grupo, que reúne centenas de funcionários, promete continuar de braços cruzados. Diante disso, o presidente da Comlurb, Vinicius Roriz, anunciou que vai demitir quem não voltar ao trabalho. “O acordo, feito junto ao sindicato, é bom para os trabalhadores. Os faltosos vão ser demitidos”, garantiu o presidente.

Centenas de manifestantes protestaram na Avenida Presidente Vargas%3A grupo discorda de sindicatoEstefan Radovicz / Agência O Dia

Durante a manhã desta segunda-feira, garis protestaram em frente à prefeitura, na Cidade Nova. Sob o bordão “Nesse Carnaval, o prefeito vai varrer sozinho”, os manifestantes esperaram que um representante da administração municipal negociasse a volta ao trabalho. Eles chegaram a fechar uma pista da Avenida Presidente Vargas. Depois de quatro horas de protesto, dez funcionários da empresa conversaram com o presidente da Comlurb.

A Comlurb ofereceu salário de R$ 874,79, mais 40% de insalubridade, totalizando vencimentos de R$ 1.224,70. A companhia também garantiu aumento do seguro de vida de R$ 6 mil para R$ 10 mil. Já o tíquete-refeição passou de R$ 12 para R$ 16.

Mas o grupo dissidente do sindicato quer a elevação do piso de R$ 874 para R$ 1.224,70, mais 40% de índice de insalubridade. Além de aumento do vale-refeição para R$ 20 e o do retorno de gratificações de triênio e licença-prêmio.

Enquanto isso, a região central do Rio está tomada pela sujeira. Na Praça 15, montanhas de lixo se acumulavam. “Os garis estão lutando pelos seus direitos, mas não posso vender no meio de tanta sujeira”, reclamou o ambulante Wellington de Souza.

Na Praça Tiradentes a situação não era diferente. Além da grande quantidade de lixo, o mau cheiro tomava conta do local. No entorno do Sambódromo, restos de alegorias ficaram largadas pelas ruas, prejudicando a passagem de moradores e carros. A massoterapeuta, Maria Rosa, moradora do Estácio, diz que nunca viu tanta sujeira por ali: “É uma vergonha”.

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