Por thiago.antunes

Rio - Terminou em confronto entre PMs e manifestantes o protesto que fechou a Estrada do Itararé, perto da Favela da Grota, no Complexo do Alemão, na noite desta terça-feira. O ato, segundo moradores, é contra prisões realizadas injustamente na Favela Nova Brasília, nesta segunda-feira. A Polícia Militar reagiu após uma barricada ter sido montada com objetos, que foram incendiados. 

Homens do Batalhão de Choque (BPCHq) usaram bombas de gás e spray de pimenta para conter os manifestantes.  Na altura da esquina com a Rua Joaquim de Queiroz, no bairro de Ramos, cerca de 100 manifestantes fecharam a avenida, atearam fogo em lixeiras, pneus, madeira e utilizaram um caminhão como barricada para impedir o trânsito na via. Por volta das 18h30, bandidos atiraram contra uma equipe de policiais da UPP Nova Brasília, no alto da comunidade, próximo à Estação Itararé do Teleférico. Os agentes revidaram. Não há informações de feridos. 

No momento, somente carros passam na Estrada do Itararé e são revistados pelos policiais. Moradores da região estão apreensivos. Segundo o coronel Frederico Caldas, coordenador das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), houve pedido de apoio para o Choque e para o Batalhão de Operações Especiais (Bope), por conta do fechamento da Estada do Itararé.

Uma negociação foi feita, mas após a recusa dos manifestantes em liberar a via, os PMs usaram bombas. Agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) circulam com um blindado na região. Um homem foi detido e levado para a 45ª DP (Complexo do Alemão). Sobre informações de possíveis ataques de bandidos ao local, Caldas afirmou que não recebeu nada nesta segunda. "Não desprezamos nenhuma informação, mas não temos como recuar", disse. 

O estudante Rodrigo Oliveira, 20 anos, levou um tiro no pé. Segundo ele, o disparo partiu da polícia. Ele ainda teria visto o polciial que efetuou o tiro. "Estava indo pra escola quando aconteceu. Fui atendido na UPA e me liberaram", disse. Neste momento, agentes do Bope e do Choque tentam localizar os bandidos que efetuaram disparos na região.

Agentes cumprem mandados na Nova Brasília

Policiais da 45ª DP (Complexo do Alemão), com o apoio de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), realizam na manhã desta segunda-feira uma operação na Nova Brasília, no Complexo do Alemão. O objetivo da ação era cumprir 14 mandados de prisão. Seis suspeitos já foram presos e um menor apreendido.

Entre os suspeitos presos está Marcondes Gomes de Oliveira, morador da Nova Brasília, que trabalhava como segurança do Teleférico do Alemão e que, ao mesmo tempo, atuava como olheiro do tráfico. Segundo informações da polícia, no telefone celular do suspeito havia mensagens de traficantes.

Os suspeitos presos durante operação no Complexo do Alemão foram apresentados nesta segunda-feira%2C na Cidade da PolíciaSeverino Silva / Agência O Dia

A ação foi motivada pelos últimos ataques sofridos por policiais das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) da localidade, que culminou com a morte na última quinta-feira do policial Rodrigo Paes Leme. Além dele, os PMs Alda Castilho e Wagner Vieira da Cruz também morreram devidos a ataques dos traficantes locais.

Rodrigo, que estava há três anos na PM, foi sepultado na última sexta-feira, em Sulacap. Após ser baleado, o policial pediu para que desse um beijo para sua filha: “Manda um beijo para a minha esposa e pede para ela tomar conta da nossa filhinha (6 anos)”, disse.

A filha mais velha de Rodrigo, numa rede social, chamou o pai de "herói". "Me desculpa por ter, tantas vezes, deixado de dizer que o amava por orgulho de dizer mas, agora, eu daria tudo para poder olhar em seus olhos e dizer que eu amo você. (...) Sempre vou amar, porque você nunca vai deixar de ser o meu paizinho, meu super herói, minha vida. Eu te amo. Eu te amo pra sempre", encerra.

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