Rio - Mais um caso de menor amarrado aconteceu no início da madrugada desta quarta-feira. Em Niterói, Região Metropolitana do Rio, um adolescente de 17 anos foi pego por populares após assaltar, ao lado de outro menor, duas mulheres na Avenida Jornalista Alberto Francisco Torres, na Praia de Icaraí. Eles estavam de bicicleta e levaram a mochila e celular de uma delas, que reagiu e acabou sendo agredida.
Durante a fuga, populares que viram o roubo conseguiram parar um dos adolescentes, que foi agredido e amarrado com uma corrente de bicicleta até a chegada dos policiais. O jovem, que seria morador do bairro do Pé Pequeno, que não tinha passagem pela polícia, foi levado para a 77ª DP (Icaraí). O outro rapaz conseguiu fugir com os pertences da vítima.
A ação dos "justiceiros" começou no início de fevereiro, quando um adolescente de 15 anos foi torturado e preso nu a um poste, com tranca de bicicleta no pescoço, na Praia do Flamengo, Zona Sul do Rio. O menor revelou ter sido agredido por cerca de 30 homens, um deles armado com pistola. Dias depois, o mesmo adolescente foi apreendido em Copacabana acusado de assaltar turistas estrangeiros no bairro.
Também em Copacabana, outro adolescente de 17 anos, que tentou roubar cordão de uma mulher, foi perseguido e detido por comerciantes. Segundo o jovem, ele teria sido agredido e teve os pés amarrados com barbantes. O delegado da 5ª DP (Mem de Sá), Alcides Pereira, disse ‘ser comum’ suspeitos serem detidos por outras pessoas no Centro e depois conduzidos pela PM à delegacia. “A recomendação é que a polícia seja sempre acionada, obviamente, sem o suspeito ser agredido”.
Assim como sociólogos, o padre Renato Chiera, que acolhe menores infratores, condena os ‘justiceiros’. “Querem combater de maneira covarde as consequências, e não as causas do caos social”, opinou.