Por tiago.frederico

Rio - Durante inauguração da estação Uruguai do metrô, na Tijuca, Zona Norte, na manhã deste sábado, o governador Sérgio Cabral comentou as mortes de policiais. "Não tenho dúvidas de que há uma ação de criminosos querendo cruelmente assassinar policiais do Rio", afirmou.

"Isso é terrorismo de gangues acostumadas a dominar territórios durante décadas", explicou o governador, que afirmou que as investidas do tráfico sempre se intensificam nos momentos de transição governamental.

Cabral fez discurso voltado para a sucessão eleitoral. Pesão assume o Governo do Estado no próximo dia 4 de abrilCarlo Wrede / Agência O Dia

"Quando assumi o governo, houve uma ação do tráfico um mês antes, matando dezenas de inocentes. Quando nos reelegemos, eles agiram novamente. Essa é mais uma tentativa covarde do tráfico, mas nossa política vai avançar a continuar", disse.

Sobre as críticas ao modelo das UPPs, Cabral falou: "No sumiço do Amarildo, agimos para punir os policiais e buscar os responsáveis. Fizeram disso uma bandeira contra a política de pacificação. Agora tentam colocar a questão social, como se isso estivesse prejudicando a pacificação". O governador prometeu avançar na implantação de unidades de polícia pcificadora.

No início da tarde deste sábado, cerca de 130 homens — 30 do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e cem da UPP do Alemão —, fizeram operação de reconhecimento na Pedra do Sapo, o ponto mais alto do conjunto de favelas, na Zona Norte. O procedimento faz parte do primeiro dia de treinamento ministrado pelo Comando de Operações Especiais (COE) do Bope, a tropa de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

Bope faz treinamento com soldados no Complexo do Alemão%2C na Zona Norte da cidade%2C após série de mortes de policiais no conjunto de favelasSeverino Silva / Agência O Dia

De acordo com o tenente-coronel René Alonso, subcomantdante do COE, os cerca de 9.300 PMs de todas as UPPs do municícipio passarão por esse tipo de treinamento, que envolve ações operacionais e táticas."Essas ações visam reduzir o risco para policiais e para a população", afirmou.

O coordenador das UPPs Frederico Caldas disse que o treinamento do Bope não caracteriza um retrocesso do processo de pacificação, apesar de o Bope ser uma policia "de confronto" e não "de proximidade".

"Não vejo isso como retrocesso, mas sim uma reciclagem de conhecimentos dadas as dificuldades de enfrentamento dos criminosoo do momento", explicou.

Na manhã deste sábado, vinte pontos estratégicos foram ocupados nos conjuntos de favelas do Alemão e da Penha por policiais de UPPs. Ainda neste sábado, mais 300 policiais serão enviados para reforçar os dois conjuntos de favelas da Zona Norte.

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