Rio - Ponto de lazer de muitos cariocas nos finais de semana, a Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na Zona Norte, está abandonada. Lago e córregos sujos, pistas esburacadas, galhos de árvores disputando espaço com a rede elétrica são alguns dos problemas. Patrimônio de valor ambiental e cultural para o Rio, o local que recebe milhares de visitantes - tanto no Jardim Zoológico quanto no Museu Nacional - não possui um ambulatório médico. Também falta licitação para contratar empresa para limpar o lago.
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De acordo com o seguidor de O DIA 24 Horas, Fabio Beça (@becafabio), o problema é antigo e o lago da Quinta, uma das atrações do parque, está interditado há mais de dois anos. "A cor da água é facilmente confundida com a cor da grama, o odor é desagradável e o mais incrível é que os pedalinhos são alugados nos fins de semana", relata. Ele também revela que os córregos recebem o esgoto do parque e não há drenagem. Animais, antes muito presentes no local, agora são raros.
Segundo a Fundação Parques e Jardins, vinculada a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a manutenção dos lagos e córregos é feita através de empresas terceirizadas e é aguardada a liberação para dar início ao processo licitatório. Entretanto, apesar da denúncia de abandono, a fundação disse que a limpeza do espelho d’água do lago é feita diariamente pela Comlurb que remove todo o lixo jogado de forma indevida. A Parques e Jardins promete, em breve, resolver o problema do mau cheiro ali existente.
A Gruta da Quinta, segundo Fabio, virou "depósito de lixo" de onde "o mau cheiro pode ser sentido a metros". Entretanto, a FPJ informou que a Comlurb é responsável pela limpeza e a realiza regularmente três vezes por semana (segundas, quartas e sextas-feiras) com kombis lava-jato.
A falta de sinalização nos acessos à Quinta da Boa Vista também é motivo de reclamação. O local possui quatro entradas e, segundo Fabio, as da Avenida Rotary Internacional e Rua Catalão não possuem sinais de trânsito e nem agentes para auxiliar na travessia. A fundação disse que a administração do parque já iniciou a colocação de placas de sinalização.
Asfalto em péssimo estado
Espaço bastante frequentado por praticantes de atividades esportivas, o asfalto está intransitável, com buracos, rachaduras, desnilevadas e com remendos em toda a extensão. Segundo o leitor, acidentes com bicicletas e skate são frequentes. As calçadas também são um problema para frequentadores com desnivelamento e obras realizadas pela metade.
A Fundação Parques e Jardins também acionou a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos, que agendará uma vistoria ainda nesta semana para identificar os trechos danificados e programar os serviços de reparos.
Galhos no meio da rede elétrica
Em todo o parque também é possível ver galhos no meio da rede elétrica, causando riscos de curto-circuito e falta de luz. Os enormes galhos, carentes de poda, também ajudam a sujar os córregos.
A Comlurb, em resposta à FJP, disse que vai solicitar a localização dos locais onde os galhos estão entre os fios e para vistoriar e programar um serviço de poda.
Clima de insegurança no parque
Outra reclamação constante é o clima de insegurança no parque, com o consumo de drogas e assaltos constantes no local. Segundo a denúncia, só existe um PM que utiliza um carro elétrico para circular na Quinta e dois agentes da Guarda Municipal.
A Fundação Parques e Jardins disse que "o parque está incluído no roteiro de patrulhamento diário da Guarda Municipal e recebe cobertura 24h. Durante a semana, uma média de 10 agentes atua no patrulhamento a pé ou com carrinho elétrico e nos finais de semana e feriados, aproximadamente 25 agentes atuam no parque."
Ainda de acordo com informações da Guarda Municipal à FPJ, em casos de flagrantes de assaltos ou presença de usuários de drogas, seus agentes são orientados a comunicar os órgãos responsáveis.
A Polícia Militar confirmou que o policiamento durante a semana é realizado somente com um carro elétrico, mas que aos sábados e domingos é reforçado. A PM também ressaltou que há patrulhamento no entorno realizado por viaturas. A corporação reforça a importância de registrar na delegacia os crimes na região, pois eles norteiam as estratégias de policiamento.