Rio - O governador do Rio, Sérgio Cabral, classificou como "repugnante" a ação dos policiais militares Adir Serrano Machado, Rodney Miguel Archanjo e Alex Sandro da Silva Alves, no caso da auxiliar de serviços gerais Cláudia Ferreira da Silva, arrastada por uma viatura da PM no último domingo, após ser baleada no Morro da Congonha, em Madureira. Nesta terça-feira, durante a inauguração de um novo trem da SuperVia, em Nilópolis, Baixada Fluminense, ele garantiu que o Estado punirá os policiais responsáveis.
"A atitude dos PMs traz uma sensação de choque e repugnância. Foi uma atitude desumana e uma barbaridade desde o momento do primeiro socorro. Eles não podiam colocá-la no porta-malas daquela forma. Todo esse processo será investigado e haverá justiça e punição", garante Cabral, lembrando que mais de mil policiais já foram punidos durante o seu governo.
Mesmo com mais um caso polêmico envolvendo PMs, governador garante que a população continuará apoiando a Polícia Militar.
"O caso não vai abalar a confiança da população na polícia", acredita Sérgio Cabral.
'Acharam que minha mãe era bandida'
Thaís Lima, de 18 anos, afirmou nesta terça-feira, que os policiais militares acharam que Cláudia, sua mãe, era uma bandida.
"Eles [os policiais] deram dois tiros nela, um no peito, que atravessou, e o outro, não sei se foi na cabeça ou no pescoço, que falaram. E caiu no chão. Aí falaram [os policiais] que se assustaram com o copo de café que estava na mão dela. Eles estavam achando que ela era bandida, que ela estava dando café para os bandidos", contou em entrevista ao Bom Dia Rio.
De acordo com Thaís, o porta-malas do carro não abriu somente na Estrada Intendente Magalhães, onde o corpo de Cláudia foi arrastado por cerca de 250 metros.
"Um pegou ela pela calça e outro pela perna e jogou dentro da Blazer, lá dentro, de qualquer jeito. Ficou toda torta lá dentro. Depois desceram com ela e a mala estava aberta. Ela ainda caiu na Buriti [rua, em Madureira], no meio do caminho, e eles pegaram e botaram ela para dentro de novo. Se eles viram que estava ruim porque eles não endireitaram (sic) e não bateram a porta de novo direito?", disse, Thaís, questionando o motivo de que o corpo do outro baleado permaneceu no local.
"Se matou ela, como se fosse bandida, porque deixaram o outro na rua? O corpo dele ficou lá, esperando a perícia", disse.