Por thiago.antunes

Rio - Horas após denunciar os policiais militares de forjarem um auto de resistência — quando um suspeito é morto em confronto —, o serralheiro Wellington Possidônio, de 42 anos, foi convidado a prestar depoimento em um terceiro inquérito instaurado na 29ª DP (Madureira).

“Meu filho foi baleado na perna e em seguida executado com um tiro no peito. Moradores falaram que os PMs retiraram da mochila de um policial duas armas e drogas e colocaram ao lado dele”, acusou Wellington, que era esperado pelo delegado Carlos Henrique Pereira Machado. Porém, no domingo, em depoimento, ele disse que o filho tinha envolvimento com o tráfico.

Na manhã de ontem, em frente à delegacia, ele chegou a dizer que o filho, William dos Santos Possidônio, 16, era estudante e voltava de um baile funk após deixar a namorada em casa. Ainda segundo o serralheiro, um dos PMs teria usado uma luva e colocado uma arma na mão do adolescente, efetuando dois disparos para o alto.

Wellington Possidônio%2C 42%2C disse no domingo que o filho%2C William%2C era traficante%3A ontem%2C porém%2C ele afirmou que o jovem era estudanteCarlos Moraes / Agência O Dia

No entanto, no início da noite, o serralheiro revelou que havia recebido orientação do advogado da empresa em que trabalha para que aguardasse o laudo e assim poder definir se o filho tinha sido atingido pela mesma arma que a auxiliar de serviços gerais.

“O laudo ficará pronto em 30 dias. Eu vou apresentar o registro de ocorrência amanhã (hoje) e pretendo ir à delegacia na próxima semana”, revelou o serralheiro. No domingo, logo após as duas mortes e a prisão de Ronald Felipe dos Santos, de 18, baleado na perna e encontrado minutos depois na UPA de Manguinhos, Wellington reconheceu que sabia que o filho tinha envolvimento com o tráfico de drogas. O adolescente já havia sido apreendido duas vezes, acusado de associação para fins de tráfico.

Pai acusa policiais de executar filho Reprodução Internet

Colaborou Roberta Trindade

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