Por camila.borges

Rio - ‘Se ao lado da biblioteca houver um jardim, nada faltará”, disse o escritor Cícero, na Grécia Antiga. Inaugurada em 1873 e paralisada há quatro anos para uma completa reformulação, a Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro está pronta para voltar às atividades, no próximo sábado. Com vista privilegiada para o jardim do Campo de Santana, o espaço de 15 mil metros quadrados vai contar com aproximadamente 250 mil itens, entre livros, filmes e músicas digitais, mas pretende ir além de oferecer um grande acervo de obras ao público.

Salas de teatro com 240 lugares, auditório com 90 lugares, espaços abertos de convivência, restaurante e até um gramado para cultivo de horta são apenas algumas das inovações incorporadas ao novo conceito de biblioteca-parque, inspirado em modelos da Europa.

Há espaços gastronômicos e equipes especializadas no atendimento aos leitores com deficiências motoras ou cognitivas Maíra Coelho / Agência O Dia

Cinco mil pessoas 
Não haverá espaço para as traças: a manutenção será permanente. O prédio tem capacidade para receber até cinco mil visitantes por dia. Segundo a Superintendente de Leitura e Conhecimento, Vera Saboya, a intenção é que o lugar vire um ponto de encontro na cidade. “A biblioteca esteve abandonada pela poder público durante 20 anos, então estamos fazendo um tipo de revolução. Nos inspiramos em mudanças que o mundo vem fazendo, mas com um jeito bem carioca. O que antes era apenas um espaço de estudo, agora é de produção e um ponto de encontro, isso pode estimular nos jovens o gosto pela leitura”, disse.

Secretária de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Adriana Rattes, ressaltou que a biblioteca será um espaço para todas as classes sociais. “A gente está situado em torno de várias favelas, e o Centro da cidade é um lugar de convergência para todo tipo de público, inclusive o que tem menos oferta de cultura. Todos os serviços são gratuitos”, afirmou. Na inauguração, haverá uma exposição relativa ao centenário de Vinícius de Moraes.

Adriana Rattes%3A ‘O Centro é um lugar de convergência para todo tipo de público%2C inclusive o que tem menos oferta de cultura. Serviços são gratuitos’Maíra Coelho / Agência O Dia

Próxima será no Alemão

A revitalização da Biblioteca Pública Estadual faz parte de um projeto da Secretaria de Cultura do Estado, que visa instalar bibliotecas-parque em áreas carentes da cidade. A primeira foi inaugurada em Manguinhos, em 2010.

Além desta, já funcionam outras na Rocinha, Niterói, e a próxima será construída no Complexo do Alemão. Segundo Adriana Rattes, secretária de estado de Cultura, cada região do estado receberá uma biblioteca pública com esta nova identidade.

Localizada na Av. Presidente Vargas, a Biblioteca Pública Estadual servirá como uma matriz para as outras, e funcionará de terça-feira aos domingos, das 10h às 20h. Todo o projeto para as bibliotecas-parque tem um financiamento do governo federal, através do Ministério da Cultura, no valor de R$ 16 milhões.

Para crianças e deficientes

A biblioteca conta com uma equipe especializada para atender os leitores com deficiências motoras ou cognitivas, para as quais existem acervo e equipamentos especiais. Há também local destinado às crianças, oferecendo atividades lúdicas. Haverá, ainda, um programa educativo buscando criar uma relação prazerosa com a leitura e incorporando a biblioteca como um espaço a ser frequentado no cotidiano.

Ideia é que a nova Biblioteca Estadual se transforme em um grande ponto de encontroMaíra Coelho / Agência O Dia

Através de um Centro de Pesquisa e Formação, serão feitas ações de pesquisa, educação continuada, profissionalizante e complementar, além de uma plataforma virtual, inspirada nos jogos digitais, aproximando-se da estética dos jovens com conteúdos diversos e ampliando seu repertório cultural. O projeto arquitetônico é assinado por Bel Lobo.

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