Por bianca.lobianco

Rio - O policial militar Gerson Siqueira Bastos, lotado no 4º BPM (São Cristóvão), foi baleado durante uma tentativa de assalto em Barros Filho, na Zona Norte, na noite deste sábado. A abordagem ocorreu na área do 41º BPM (Irajá), próximo ao Morro do Chaves. O policial foi encaminhado para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes. A mulher do PM se feriu durante a ação. Os criminosos conseguiram fugir.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o militar foi operado e seu estado de saúde é estável. Ele será transferido neste domingo para Hospital da Polícia Militar por volta das 8h30 deste domingo (23).

Ataques do tráfico no Rio adiam UPP em Belford Roxo

Os ataques de traficantes a Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) na última semana adiaram o sonho de moradores da Baixada de conquistarem a paz. Isso porque o emprego de reforço nas comunidades em situação mais críticas fez com que a Secretaria de Segurança Pública mudasse a data da ocupação para instalar a 39ª UPP, no Gogó da Ema, em Belford Roxo. A previsão era que a região fosse retomada pela polícia dia 12.

Batalhão de Choque montou base na Comunidade do Chapadão e destruiu barricadas feitas por traficantes para dificultar a entrada dos policiaisAlexandre Vieira / Agência O Dia

Neste sábado, a PM ocupou comunidades não pacificadas do Rio por tempo indeterminado e o cardeal Dom Orani Tempesta celebrou missa no Mandela, onde base de UPP foi atacada quinta-feira. Ele cancelou procissão, por medida de segurança. A ação é uma preparação para a chegada das tropas federais.

O clima neste sábado estava tenso em Manguinhos. Houve discussões nas abordagens dos policiais. Adolescentes de bicicletas passavam gritando que à noite haveria mais tiros. Policiais diziam que a população não os merecia. Moradores se queixavam que as ações dos policiais são truculentas.

PMs contaram que desde que as folgas foram suspensas na corporação, não conseguem descansar. “Nosso local de descanso é a base da UPP, mas ela está sendo atacada. Estamos cansados e nervosos”, disse um soldado.

Reunião amanhã com a cúpula da Segurança Pública deve definir novos rumos da unidade Belford Roxo, a segunda da Baixada. A primeira foi instalada no Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias, mês passado.

De acordo com levantamento da polícia, o Gogó da Ema é um dos maiores distribuidores de drogas da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA) fora da capital. Ligados às quadrilhas da Vila Vintém, em Padre Miguel, e dos morros da Pedreira e Quitanda, em Costa Barros, o bando tem o maior arsenal bélico da Baixada, segundo policiais.

As investigações apontam que, apesar de preso, o traficante Vanderlan Ramos da Silva, o Chocolate, dá ordens à quadrilha. Ele é um dos líderes do tráfico que seriam resgatados na invasão ao Fórum de Bangu, em outubro, que culminou com a morte de uma criança e um policial.

A principal novidade na ocupação do Gogó da Ema será a participação da Marinha, com fuzileiros navais e blindados, que não foram usados nas últimas ações.

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