Rio - O comandante de Operações Especiais da Polícia Militar (COE), Alexandre Fontenelle, disse que a transição com tropas do Exército e da Marinha no Complexo da Maré foi tranquila e ocorreu no horário planejado. Segundo o comandante, 300 policiais começaram a deixar as comunidades do Complexo da Maré às 5h da manhã e o processo foi concluido por volta das 9h. Às 8h, as 23 viaturas que estavam posicionadas em todos os acessos do complexo foram retiradas.
Segundo Fontenelle, outros 200 policiais militares vão formar uma companhia e ficarão a serviço do Exército patrulhando a região. "Ainda pela manhã, os policias passaram todas as características dos locais onde estavam baseados aos militares", disse.
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A operação, batizada de São Francisco, tem 2,7 mil homens, sendo 2.050 da Brigada Paraquedista do Exército, 450 da Marinha e 200 da Polícia Militar.
Forças Armadas ocupam o Complexo da Maré
Com o auxílio de blindados, tropas do Exército e da Marinha fizeram um cordão de isolamento em todas as áreas de acesso ao Complexo da Maré, na Zona Norte da cidade, por volta das 4h40 deste sábado, para operação de ocupação das comunidades. O clima é de tranquilidade e não há registro de confrontos. Todos os veículos que circulam pelas vias estão sendo revistados. As forças federais deverão permanecer por mais de três meses no local.
Segundo informações do Centro de Operações Rio, para a ação das Forças Armadas foi necessário interditar, até o início desta manhã, a Avenida Brasil, no sentido Zona Oeste, entre Manguinhos e Ramos.
As tropas atuarão em 15 comunidades, em uma área de aproximadamente 10 quilômetros quadrados, e serão comandadas pelo comandante da Brigada de Infantaria Paraquedista, o general de brigada Roberto Escoto.
A sede da Força de Pacificação será no Centro de Preparação dos Oficiais da Reserva (CPOR), situado em uma região próxima ao complexo de favelas. Na operação, os militares usarão a experiência adquirida na ocupação do Complexo do Alemão e na operação de paz no Haiti.
A operação foi motivada por um pedido do governo do estado, por meio do instrumento jurídico de Garantia da Lei e da Ordem, em que o governador autoriza o governo federal a intervir em uma área delimitada. A ocupação precede a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Maré, que deve ocorrer no segundo semestre deste ano.