Por bianca.lobianco

Rio - Empresário de jogadores de futebol, entre eles os atacantes Negueba, do Flamengo, e Luciano, do Corinthians, Ângelo Marcos da Silva foi preso, sob acusação de chefiar quadrilha de tráfico internacional de drogas. Segundo investigações da Polícia Federal (PF), o bando enviou mais de três toneladas de cocaína para o exterior. Vinte pessoas já foram presas, desde a semana passada, e 11 estão foragidas. O esquema foi revelado ontem pelo ‘Bom Dia, Brasil’, da Rede Globo.

Negueba ficou surpreso, diz notaErnesto Carriço / Agência O Dia

De acordo com a polícia, Ângelo era quem fazia os contatos com fornecedores da droga e controlava a qualidade do entorpecente. A cocaína saía do Porto de Santos, em São Paulo (o principal do país), com a ajuda de funcionários terceirizados subornados pela quadrilha. De lá, era levada para África, América Central e Europa, a maior parte para Espanha, Itália, Alemanha e Bélgica.

Para não levantar suspeitas, os funcionários colocavam malas ou mochilas com a cocaína junto às sacas de algodão e café. Depois, fechavam o contêiner com um lacre falso, clonado. Um outro lacre seguia junto à droga para que substituísse o que seria violado ao se abrir o contêiner para pegar o material.

A PF, com autorização da Justiça, interceptou mensagem de textos trocadas entre Angelo e integrantes da quadrilha. Em uma delas, o empresário combina com um comparsa a compra de um carregamento. Logo depois, pede para mandarem uma foto. A imagem da cocaína recebida por Angelo tem um desenho. Segundo as investigações, ele indica a que grupo pertence o entorpecente.

A polícia agora investiga os bens da quadrilha, como casas e empresas, para saber se elas foram compradas com o dinheiro do tráfico. As investigações mostram que um barco no valor de R$ 5 milhões foi adquirido pelo bando de traficantes.

Ângelo foi policial militar durante 5 anos em São Paulo. Trabalhou no 2º Batalhão de Choque e foi expulso em 1997 por roubo. Em outubro de 2013, virou sócio na Plus Sports Marketing LTDA, empresa especializada no gerenciamento da carreira de jogadores de futebol. A PF acredita que parte do dinheiro usado na compra da sociedade veio do lucro do tráfico internacional.

Em nota, a Plus Sports Marketing LTDA informou que Negueba e Luciano ficaram surpresos com a informação. ‘Eles lamentaram o ocorrido e não vão se pronunciar sobre o assunto’. O documento esclarece ainda que a empresa desconhece qualquer ação ilícita de seus investidores e parceiros. Por fim, a empresa informou que está à disposição das autoridades para auxiliar nas investigações.

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