Por thiago.antunes

Rio - A condenação dos 11 réus acusados de participação no assassinato de Patrícia Acioli ainda não deixou para familiares da juíza a sensação de justiça plena. Agora, os parentes da vítima, executada com 21 tiros em agosto de 2011, em Niterói, querem que os policiais militares sejam expulsos da corporação.

Na segunda-feira à noite, o cabo Sammy dos Santos Quintanilha e o soldado Handerson Lents Henriques da Silva foram os dois últimos condenados pelo Tribunal do Júri de Niterói — a 25 anos e quatro anos e seis meses, respectivamente. Filho de Patrícia, Mike Acioli Chagas, de 22 anos, acredita que o julgamento dos 11 policiais servirá de exemplo para o futuro.

Marly Acioli%2C mãe da vítima%2C esteve em todos os julgamentos%3A aliviadaAlessandro Costa / Agência O Dia

“É claro que nenhuma condenação vai trazer ela de volta, mas a gente acha que as penas foram bem satisfatórias. Agora, isso ainda não acabou. Começamos uma nova batalha, até que todos sejam expulsos da PM”, desabafou.

Presente em todos os julgamentos, Marly Acioli, mãe da magistrada, se sentiu, segundo o neto, aliviada com os últimos veredictos. “Para ela, foi uma forma de aliviar a pressão e mostrar que o crime bárbaro não ficou impune. Além disso, os ideais da minha mãe não foram em vão", completou Mike, fazendo referência à função de Patrícia Acioli, que combateu o envolvimento de policiais do 7º BPM (São Gonçalo) em diversos crimes no município.

Quem também festejou o resultado dos 11 julgamentos foi o promotor Leandro Navega. “Tudo o que o Ministério Público sustentou foi acolhido pelo corpo de 56 jurados. O que lamento é a expulsão só após o trânsito em julgado da ação penal, já que isso (exclusão) poderia ter ocorrido”.

Também foram condenados: Charles Azevedo Tavares e Alex Ribeiro Pereira, a 25 anos; Carlos Adílio Maciel dos Santos, 19 anos e seis meses; Jefferson de Araujo Miranda, 26 anos; Jovanis Falcão, 25 anos e seis meses; Junior Cezar de Medeiros, 22 anos e seis meses; Sérgio Costa Júnior, 21 anos; além do tenente Daniel Benitez Lopez e o do tenente-coronel Claudio Oliveira, a 36 anos. 

Apenas Handerson, que confessou ter repassado o endereço da juíza aos assassinos, deve ganhar a liberdade em breve por ter cumprido quase três anos de prisão. Para todas as condenações cabe recurso.

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