Por thiago.antunes

Rio - A emoção foi a tônica da cerimônia de entrega do Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo 2013, realizada ontem no auditório da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Alguns jornalistas premiados, como Alexandre Medeiros, do DIA, Vinícius Dônola, da Rede Record, e Bette Lucchese, da Rede Globo, lembraram emocionados o convívio em redações com Tim Lopes, assassinado em 2002.

“Receber um prêmio que leva o nome do Tim é para mim algo muito especial. Ele era um amigo querido, éramos compadres. Dedico esse prêmio à memória dele e à minha filha Cecília, afilhada do Tim”, disse Alexandre Medeiros, editor-executivo e colunista do DIA, que recebeu o prêmio na categoria Meio Ambiente com a série ‘A seca tem rosto, nome e sobrenome’. Alexandre dividiu o prêmio com o fotógrafo Severino Silva e disse que a série tentou dar rosto e voz a quem sofre com a seca.

Alexandre com o prêmio da categoria Meio Ambiente%3A estragos da seca sob a ótica de quem sofre com elaMaíra Coelho / Agência O Dia

“É um drama recorrente, histórico. Mas, quando a gente humaniza esse drama, ele fica mais perto de nós. Foi isso que tentamos fazer.” Vencedor do Grande Prêmio com a série de TV ‘Encarcerados’, sobre o dia a dia no Complexo Penitenciário de Bangu, o repórter Vinícius Dônola, da Rede Record, lembrou que um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi quando teve de noticiar a morte de Tim, sentado na mesa de trabalho do colega. “Vocês podem imaginar a emoção que estou sentindo”, disse Dônola ao receber o prêmio.

Bette Lucchese e Mahomed Saigg, da Rede Globo, que levaram o prêmio na categoria Televisão pela cobertura do Caso Amarildo, também lembraram de Tim. “O jeito doce dele nos ensinou muito, a olhar com mais sensibilidade o trabalho de repórter”, disse Bette.

Outro momento de emoção foi a homenagem ao repórter-cinematográfico Santiago Andrade, da Rede Bandeirantes, morto em serviço em fevereiro, durante um protesto de rua no Centro do Rio. A viúva, Arlita, e a filha de Santiago, Vanessa, receberam a homenagem do superintendente do Disque-Denúncia, Zeca Borges. “O trabalho de Santiago nos inspirou a criar mais uma categoria para a próxima edição do Prêmio Tim Lopes: o de Cinegrafista”, disse Zeca Borges.

Retrato do drama no sertão

Foram quase 1.500 quilômetros de estrada, passando por 12 cidades dos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Pernambuco. Para mostrar a vida de quem sofreu com a pior seca dos últimos 50 anos no país, Alexandre e Severino conversaram com sertanejos de várias gerações e trouxeram os relatos que renderam cinco capítulos, publicados entre junho e julho de 2013.

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