Por thiago.antunes

Rio - Dois assassinatos chocaram moradores do Grajaú e Recreio dos Bandeirantes, entre o início da noite de quarta-feira e a manhã desta quinta. No bairro da Zona Norte, a vítima foi um empresário, de 57 anos, que levou 10 tiros; no da Zona Oeste, um advogado, de 49, foi atingido por três disparos. A Divisão de Homicídios (DH) investiga os dois assassinatos. Nenhum suspeito havia sido preso até a noite desta quinta-feira.

Para agentes da DH, as principais hipóteses para o crime no Grajaú são latrocínio (roubo seguido de morte) ou execução (por motivação ainda desconhecida). Sérgio Lopes Simas era dono da rede de lojas Fábrica de Bolos Grajaú e foi atingido por 10 disparos, às 8h15 de ontem, na Rua Barão de Mesquita, altura da Praça Verdun. O homicídio ocorreu a menos de 100 metros de cabine da Polícia Militar.

Sérgio Lopes Simas%2C 57 anos%2C foi executado por dois homens numa moto em frente a sua loja no GrajaúAlessandro Costa / Agência O Dia

Imagens de câmeras de segurança de residências e comércios próximos ao número 1.027 já foram recolhidas a fim de identificar os dois homens que, segundo testemunhas, teriam atirado de cima de uma moto e fugido pela contramão da via. O crime causou pânico a moradores do bairro, outrora conhecido pelo bucolismo. “Ele apresentou um comportamento normal ao chegar. Como fazia diariamente, cumprimentou a todos e foi à calçada aparentando estar bem tranquilo, enquanto a loja não era aberta para o público. Foi quando ouvimos os disparos”, narrou uma funcionária, que não quis se identificar.

Luta com criminosos

De acordo com testemunhas, a moto teria se aproximado sem alarde e, após o primeiro disparo, Sérgio teria iniciado luta corporal contra um dos homens. Uma das balas atingiu a cabeça do empresário, e as demais perfuraram o tórax.

A comoção tomou conta de amigos e parentes do empresário assassinado na Zona Norte nesta quinta-feiraAlessandro Costa / Agência O Dia

Um PM à paisana tentou, sem sucesso, conter a ação disparando contra os criminosos, que fugiram sem levar nada da vítima. A troca de tiros provocou corre-corre na rua. Carros a cerca de 200 metros dali apresentavam perfurações de balas em suas latarias.

“Era um sujeito bem quisto, trabalhador. Nunca relatou ameaça ou estar sendo perseguido. Uma pena”, lamentava o amigo Adilson Vasconcelos, enquanto via a perícia ser realizada no local do crime. O trabalho dos policiais interditou duas faixas da rua e fez com que o trânsito da região fosse intenso até o meio-dia, quando o tráfego foi liberado. Assustados, familiares não quiseram conceder entrevistas.

Rendido no escritório

No Recreio, o advogado Ricardo Rosa Caldeira, de 49, foi assassinado com três tiros, a cerca de 100 metros do escritório dele. A DH não descarta a participação de uma ex-cliente dele no crime. Imagens do circuito de segurança do prédio mostram dois bandidos, ainda não identificados, saindo do edifício com a vítima (veja no Dia Online).

O crime aconteceu por volta das 18h. Dois homens se passando por clientes entraram no prédio número 2 da Avenida Gilka Machado e foram até a sala 303, onde Ricardo e a mulher, a contadora Cláudia Caldeira, mantinham escritório. Ele foi rendido. O advogado disse que não reagiria. Levado para a Rua Químico Roberto Pinho, ele foi executado.

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