Por thiago.antunes

Rio - O estado está fazendo um planejamento para colocar Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em todas as favelas com tráfico até 2020. A revelação foi feita, ontem, durante entrevista coletiva para apresentar o legado de R$ 24,1 bilhões de obras que os Jogos Olímpicos vão deixar para a cidade. Segundo o governador Luiz Fernando Pezão, o anúncio deverá ser feito no mês que vem, quando será apresentada a listagem das comunidades para a população. Ele enfatizou ainda que, no setor de segurança pública, não ficará uma herança que surgiu apenas por causa da demanda dos jogos.

“Esta é uma política permanente. Não vamos deixar legado para a Copa e para as Olimpíadas.A segurança é uma obrigação nossa. Vamos continuar a fazer as ocupações que forem necessárias, pedir ajuda ao governo federal, às Forças Armadas. Não é só por causa dos jogos que a gente está fazendo as UPPs. Vamos fechar, de agora até o fim do ano, um calendário até 2020 de ocupações e de contratação de mais policiais, para levarmos a paz a toda a cidade”, afirmou o governador.

UPPs%3A governo do estado divulgará mês que vem calendário até 2020 de ocupações e de contratação de policiais para pacificar toda a cidadeCarlos Moraes / Agência O Dia

Por causa dos jogos, 27 obras de mobilidade, meio-ambiente, infraestrutura, mudança urbanística e desenvolvimento social foram desenvolvidas para o Rio. Ao custo de R$ 24,1 bilhões, essas intervenções têm 43% (R$ 10, 3 bilhões) de verbas da iniciativa privada e 57% (R$ 13,8 bilhões) dos cofres públicos. São 14 projetos da prefeitura, dez do estado e três do governo federal.

Estão na lista, os corredores de BRT Transolímpico, que vai ligar a Barra da Tijuca a Deodoro), e Transoeste; a duplicação do Elevado do Joá; a Linha 4 do Metrô; a reforma de estações de trem; o Veículo Leve Sob Trilho (VLT); a despoluição da Baía de Guanabara; e o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem.

Pezão%2C na IIha do Governador%3A política de segurança é permanenteFabio Gonçalves / Agência O Dia

“Legado é o que vai ficar para a cidade. É uma pena não podermos fazer Olimpíadas a cada dois anos”, brincou o prefeito Eduardo Paes, que mudou o tom, no entanto, ao falar do gasto total do evento. Se forem considerados os R$ 24, 1 bilhões do legado, os R$ 7 bilhões do orçamento do Comitê Organizador Rio 2016 e os R$ 5,6 bilhões da matriz de responsabilidades (instalações olímpicas), a conta dos jogos chega a R$ 36,7 bilhões. Londres gastou cerca de R$ 29 bilhões nas Olimpíadas de 2012, vindos dos cofres públicos. “Estes R$ 7 bilhões são dinheiro privado. Desses R$ 5,6 bilhões, R$ 4,5 bilhões vieram da iniciativa privada”, advertiu Paes.

Prefeito: município banca R$ 3,9 bi das obras olímpicas

A parte que cabe ao município do legado é de R$ R$ 14,3 bilhões. Segundo o prefeito Eduardo Paes, cerca de 64% (R$ 9,2 bilhões) estão sendo financiados por parcerias com o setor privado. Do valor restante, cerca de R$ 3,9 bilhões estão sendo investidos pelo município. Outros R$ 1,2 bilhão pela União. No caso de obras do legado do estado, que vão custar R$ 8,79 bilhões, 88% (R$ 8,6 bilhões) serão financiados por recursos próprios, e 12% (R$ 1,15 bilhão) virão do setor privado. O mais caro dos projetos é a Linha 4 do Metrô, que está orçado em R$ 8,79 bilhões e vai ligar a Barra da Tijuca a Ipanema.

Edital de licitação do Complexo de Deodoro sai hoje

Hoje, a prefeitura divulga o edital de licitação para a construção do Complexo de Deodoro, que terá 11 modalidades esportivas. A concorrência pública será feita em dois lotes. O local de competições é uma das principais preocupações do Comitê Olímpico Internacional (COI), apesar de o prefeito Eduardo Paes ter garantido que não há risco de atraso na entrega da estrutura esportiva.

Deodoro será um das regiões beneficiadas com o legado da prefeitura. Isso porque uma das obras que ficará para a cidade é a implantação de sistema de esgotamento sanitário na Zona Oeste, onde fica o bairro. Na primeira fase de execuções, está previsto o saneamento da Bacia do Rio Marangá, que beneficiará 232 mil moradores de diversas localidades da região.

Até agosto de 2016, a maior parte dessa fase estará concluída, o que atenderá às necessidades do complexo de Deodoro para os jogos. Serão realizados serviços de coleta e tratamento de esgoto em uma área de 20 milhões de metros quadrados. Além disso, serão implantados 200 quilômetros de rede coletora de esgoto e construídas uma Estação de Tratamento de Esgoto e sete estações elevatórias.

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