Por thiago.antunes

Rio - Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, o deputado Marcelo Freixo, do Psol, vai pedir explicações à Chefia da Polícia Civil sobre a utilização para fins criminais do cadastro habitacional feito pela Prefeitura do Rio das 1.486 famílias que ocuparam o prédio da Oi. O parlamentar defende que as pessoas preencheram as fichas com os seus dados por questões sociais, e não de polícia. A prefeitura analisa se vai ou não entregar a listagem.

“A lista só pode ser usada para ações relacionadas à habitação e ao social. Qualquer caminho diferente é má-fé”, ataca Freixo. A Polícia Civil alegou que o delegado da 25ª DP (Engenho Novo), Niandro Ferreira, aguarda o cadastro para tomar o depoimento dos invasores. “O delegado quer saber como cada uma delas soube que o prédio estava vazio e sendo ocupado. Ainda segundo o delegado, o objetivo é descobrir se há responsáveis pela organização da invasão. Somente ao término das investigações decidirá sobre os indiciamentos”, informou em nota, a assessoria de imprensa da instituição.

Calçadas em torno da prefeitura viraram ‘abrigo’ para os invasoresAlexandre Vieira / Agência O Dia

Para Marcelo Freixo a prefeitura não deve enviar à polícia a relação da famílias. “É claro que há oportunistas, mas tem também muitas pessoas que realmente precisam”, defende Freixo. Segundo ele, durante a ocupação depoimentos de invasores foram gravados em vídeos. “Tem muita gente que trabalha de carteira assinada. O Rio encareceu demais, inclusive nas favelas”, argumentou.

Há uma semana, as famílias ocupavam o terreno da empresa de telefonia, no Engenho Novo, Zona Norte. Eles foram retirados do local pela Polícia Militar, que cumpriu ordem de reintegração de posse deferida pela Justiça em favor da Oi. Desde então, as famílias peregrinam pelos arredores da prefeitura e já pediram apoio dos vereadores. O governo municipal chegou a negociar a compra do imóvel para implantação do Programa Minha Casa Minha Vida, mas desistiu da negociação com a empresa.

Você pode gostar