Por marcello.victor

Rio - Uma ação conjunta da Guarda Municipal e do Batalhão de Choque retirou na madrugada desta Sexta-Feira Santa, os desalojados que na semana passada que tinham sido retirados do terreno da empresa telefônica Oi, no Engenho Novo, na Zona Norte. Eles estavam acampados na calçada dos fundos de um prédio, na Rua Afonso Cavalcanti, na Cidade Nova, próximo a sede administrativa da Prefeitura do Rio.

Cerca de 200 homens da Guarda Municipal participaram da retirada dos manifestantes na madrugada desta sexta-feira%2C na Cidade NovaOsvaldo Praddo / Agência O Dia

Os manifestantes e ativistas que apoiam o movimento reclamaram da truculência das tropas. A Avenida Presidente Vargas chegou a ser fechada por alguns momentos. Não houve prisões nem registro de feridos.

"Chegaram aqui no meio da madrugada, com todo mundo dormindo, batendo, empurrando", protestou um dos ex-ocupantes do terreno da Oi, com a filha menor de idade no colo. Não houve registro da utilização de armamento não-letal por partes das forças de segurança. Cerca de 200 homens participaram da desocupação da calçada.

Segundo os manifestantes, cerca de 100 pessoas estavam na calçada dos fundos do prédio 3131, da Av. Presidente Vargas, quando a tropa de choque da Guarda Municipal chegou por volta das 2h30. Pelo menos duas mulheres grávidas estavam no grupo. Vários ativistas que apoiavam a causa tentaram negociar com os agentes e demovê-los da remoção.

Do local, os manifestantes foram afastados até a Presidente Vargas. Lá, um grupo se dispersou em direção à Central do Brasil e outro no sentido contrário. ambos foram acompanhados por PMs do Batalhão de Choque. A tropa de elite da GM deu apoio à distância. A maioria dos manifestantes ficou concentrada no acesso a estação do Metrô da Cidade Nova, onde passou a madrugada. Durante o deslocamento do grupo e das tropas, as pistas da Presidente Vargas foram interditadas esporadicamente ao trânsito por medida de segurança.

Pouco depois da desocupação dos fundos do prédio, funcionários da Comlurb realizaram uma limpeza na calçada onde os manifestantes estavam acampados. Guardas municipais expandiram o patrulhamento que já acontecia desde o último domingo na porta da sede da prefeitura para a Rua Afonso Cavalcanti e adjacências.

Desde a desocupação do terreno na Oi, há sete dias, alguns invasores passaram a ficar concentrados nas proximidades da Prefeitura. Eles exigiam uma audiência com o prefeito Eduardo Paes. O governo municipal chegou a negociar a compra do terreno da empresa telefônica, mas desistiu do negócio.

Na quinta-feira, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, o deputado Marcelo Freixo, do Psol, disse que irá explicações à Chefia da Polícia Civil sobre a utilização para fins criminais do cadastro habitacional feito pela Prefeitura do Rio das 1.486 famílias que ocuparam o terreno no Engenho Novo. O parlamentar defende que as pessoas preencheram as fichas com os seus dados por questões sociais, e não de polícia. A prefeitura analisa se vai ou não entregar a listagem.

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