Rio - O Sábado de Aleluia foi de renascimento para Isabel Cristina Anacleto, de 39 anos, que caiu da Ponte Rio-Niterói por volta das 7h de ontem, após o carro que dirigia ser atingido por um ônibus. Isabel, que despencou de uma altura de aproximadamente 30 metros, teve apenas uma fratura exposta no braço esquerdo. Internada no Hospital Souza Aguiar, no Centro, ela poderá festejar a Páscoa por mais um motivo: a vida nova que ganhou.
De acordo com a CCR Ponte, que administra a via, o Gol que Isabel dirigia teve um problema mecânico e ela saiu para ver o que havia acontecido. O motorista do ônibus da viação Tursan Turismo Santo André, que vinha logo atrás, não conseguiu frear e atingiu o veículo, projetando Isabel para as águas da Baía de Guanabara.
O acidente aconteceu no trecho conhecido como Grande Reta, na pista sentido Niterói. Pescadores que estavam no local ampararam a mulher, jogaram uma boia e ofereceram agasalhos a ela até a chegada do Grupamento Marítimo de Botafogo (1º GMar), que a levou para o hospital. A sobrinha de Isabel, Adriele, de 14 anos, que estava no carro no momento do acidente, nada sofreu.
“O carro dela começou a ficar quente. Ela é mecânica, trabalha na oficina. Aí, abriu o capô. Nisso que ela abriu o capô, ela deu sinal para o veículo de trás parar. Quando ela deu o sinal, já aconteceu a batida. Aí, eu não vi ela caindo. Eu vi que o carro rodou comigo. Para mim foi um susto. Achei que ia morrer na hora. Foi Deus que me livrou”, contou Adriele ao ‘RJTV’.
“Isabel está bem, mas vai ter que operar o braço”, disse Jorge Luiz Anacleto, irmão da vítima, que esteve no Souza Aguiar na manhã de ontem. O Corpo de Bombeiros informou que Isabel estava lúcida e orientada, com ferimentos leves, no momento do resgate. No início da noite, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a vítima já havia operado o braço e estava em observação. Seu estado de saúde é estável e ela ainda não tem previsão de alta.
A delegada Kelly Goulart, da 17ª DP (São Cristóvão), disse que o motorista do ônibus contou que estava na velocidade permitida na via (80 km/h) quando atingiu o carro de Isabel. “Ele disse que avistou a vítima na frente do veículo, acenando com as mãos, mas não conseguiu desviar completamente e acabou colidindo com o carro dela e com outro veículo.Também disse que não viu a vítima cair no mar e que tudo foi muito rápido.”
Risco ao parar em autopista
Para especialistas, o maior erro que um motorista pode cometer ao ter o carro enguiçado em uma pista de alta velocidade é sair para tentar solucionar o problema. “Um carro parado em uma pista como a da Ponte Rio-Niterói é um verdadeiro ímã de acidentes. A probabilidade de engavetamentos é alta. A pessoa deve deixá-lo (em momento de baixo fluxo na pista) e procurar um acostamento”, orienta a professora em engenharia de transportes da UFRJ Eva Vider. Segundo ela, o caso ressalta um dos principais problemas da Ponte: a falta de acostamento por toda a extensão.
O técnico de informática José Borges, 44, também teve seu carro atingido pelo ônibus, mas não sofreu ferimentos. “Eu vinha na segunda pista e vi que tinha um carro parado na pista da direita quando senti a colisão. Tudo aconteceu em menos de um minuto.”
Mulher capota na Ponte Rio-Niterói
No dia 3 de março, Marina Pinto Borges, de 22 anos, caiu na Ponte Rio-Niterói. A jovem estava indo de São Gonçalo para Olaria, onde trabalha, quando tentou desviar de um veículo que freou na sua frente. Na tentativa, Marina desviou para a esquerda, bateu na mureta central e seu carro capotou oito vezes. O veículo acabou caindo na ponte. Marina ficou internada no CTI e passou por uma cirurgia para remover o baço.
Após um acidente no início de março, Marina voltou a ser internada no Hospital Pasteur, no Méier, Zona Norte do Rio. Ela passou por exames de rotina e uma tomografia constatou acúmulo de líquido na perna. A equipe médica do hospital resolveu, então, fazer uma drenagem.
Colaborou: Gabriel Sabóia