Por daniela.lima

Rio - Com investimento milionário em tecnologia de ponta e na capacitação de agentes, o Esquadrão Antibombas da Polícia Civil garante estar preparado para enfrentar possíveis ataques ou ameaças de terroristas durante a Copa do Mundo. Somados, os equipamentos adquiridos pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) ultrapassam a cifra de R$ 1 milhão. 

O iRobot PackBot é de fabricação americana%2C tem aproximadamente 50 centímetros%2C mas seu braço robótico pode alcançar 100 metros para retirar artefatos explosivosJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia


O aparato, considerado fundamental para a localização e remoção de explosivos para áreas de segurança, já chegou e está pronto para uso. Semana passada, O DIA foi conhecer as novidades do esquadrão, que não deixam nada a desejar aos especialistas antibombas de vários países. “O Brasil está se preparando para situações que não vive normalmente. Temos que estar prontos para atuar em qualquer tipo de situação”, explicou o chefe de operações da unidade, João Vicente.

A maior novidade no combate ao crime atende pelo nome de iRobot. Com 50 centímetros de altura, ele vira um gigante quando o assunto é localizar bombas. Guiado por um controle, como os usados em videogames, que alcança até 100 metros de distância, o pequeno robô pode parecer um brinquedo, mas envia imagens para os policiais do local onde está o artefato e o recolhe, garantindo a segurança dos agentes.

As imagens são monitoradas através de uma mesa com computador programado para detalhar as cenas aos policiais. O aparelho americano custou cerca de R$ 500 mil e é uma versão bem mais leve e moderna do seu antecessor MK II, usado pelo Esquadrão Antibombas desde os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, em 2007.

Quando nenhum dos dois robôs puder ser utilizado — em terreno de difícil acesso por exemplo —, os agentes tomam a frente da operação, usando roupa especial antifragmentação. O traje que a unidade recebeu, modelo alemão, custou R$ 200 mil e pesa 36 kg. É difícil se locomover com a roupa, mas, dentro dela, o policial está protegido contra calor, chamas, explosões, fragmentação de artefatos e ondas de choque transmitidas pela detonação da bomba. Com o braço robótico, o agente consegue alcançar o explosivo e retirá-lo, a uma distância segura.

Dentro do Maracanã, a unidade terá uma base avançada com todos os recursos disponíveis, de onde os agentes só serão acionados em casos de ameaça, localização de bombas ou explosões. Um agente faz uma avaliação da situação e, caso confirmada a presença de artefatos, chama o restante da equipe. A unidade ainda recebeu novos aparelhos de raios-x para detectar artefatos e aguarda a chegada de bloqueadores de frequência de rádio, que serão usados para evitar que uma bomba seja detonada por ondas de rádio.

Intensivão de 16 semanas

Até o dia 7 de junho, policiais civis, militares e federais, além das Forças Armadas, estarão se preparando para a Copa no Curso Técnico de Explosivo, ministrado no Antibombas. Criado pelo diretor da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Rodrigo Oliveira, o treinamento ensina técnicas de como reconhecer, lidar e detonar explosivos. O curso dura 16 semanas e tem aulas práticas e teóricas, com rigoroso critério de testes dos alunos, que inclui provas e avaliação de comportamento.

PENEIRA 

Seleção é rigorosa

Nas aulas, os policiais aprendem com a simulação de casos, explanação de equipamentos e técnicas apresentadas pelos instrutores. “Eles observam tudo e, depois, colocam em prática no treinamento”, diz o instrutor Helisson Brito. Dos cem agentes inscritos, 30 passaram pela seleção para iniciar o treinamento, que incluiu análise curricular e avaliação física. Desses, somente 22 seguem no programa, sendo 17 policiais civis do Rio e outros cinco de unidades diversas fora do estado.

Um dos objetivos é que, no final do curso, os agentes cariocas sejam incluídos no quadro do Antibombas. Mas a decisão depende da avaliação do chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso.

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