Por julia.sorella

Rio - O material derivado da implosão do terceiro trecho do Elevado da Perimetral, na manhã deste domingo, será reaproveitado em obras da Zona Portuária. Segundo o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp), Alberto Silva, o concreto será reutilizado na pavimentação de ruas da região.

"Todo o material, retirado desta implosão será triturado e levado para a reciclagem. Vamos aproveitá-lo em base asfáltica, aqui na Zona Portuária ou em outra obra da Prefeitura", disse Alberto.

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Implosão do terceiro trecho da PerimetralJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia

O presidente da Concessionária Porto Novo, José Renato Ponte, disse que a implosão desta vez foi feita de forma diferente. Foi utilizado areia para amortecer a queda de concreto. "Nesse trecho (da Perimetral) temos uma preocupação maior porque tem muitos prédios históricos, os pilares estão envolvidos com tela e manta para que não haja muita fumaça", diz José Renato, garantindo em seguida que o trecho do Elevado da Perimetral, que fica em cima do mergulhão da Praça XV, vai ser desmontado nesta semana.

Implosão do terceiro trecho da PerimetralJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia

Implosão do terceiro trecho

Dez mil toneladas de concreto foram ao chão pontualmente às 7h deste domingo, com a implosão de um novo trecho do Elevado da Perimetral, na altura da Praça Mauá, entre a Rua Edgar Gordilho e o 1º Distrito Naval. Essa foi a terceira etapa de remoção do viaduto, que demoliu cerca de 300 metros da via. Foram usados 250 quilos de explosivos na implosão do elevado, que demorou três segundos ser concluída.

Eduardo Paes no momento da implosão do Elevado da PerimetralJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, estava presente no momento da implosão e disse que está satisfeito com a remoção do novo trecho. "É uma alegria muito grande ver esse espaço sendo devolvido para a população. A gente passou muito tempo reclamando do que não é feito, agora a gente reclama do que é feito. Eu sei que causa transtorno e incomoda a população, mas são obras de mobilidade e isso é necessário", disse Paes, se referindo ao trânsito da cidade.

"Falta pouco para o carioca não ver mais a Perimetral. Até meados desse ano não teremos mais nenhum pedaço da Perimetral. Até a festa de 450 anos do Rio, vamos entregar um pedaço da Beira-Mar para o povo", completou.

Segundo a Prefeitura do Rio, os prédios históricos na região da implosão foram protegidos com tapumes. O Museu de Arte do Rio (MAR) ficou fechado desde sábado por conta da intervenção para a implosão e só voltará a funcionar normalmente no dia 23 de abril. Os escombros da demolição serão removidos até maio, mas em quatro dias uma força-tarefa entrará em ação para retirar os escombros da Rua Rodrigues Alves no sentido Avenida Brasil e poder liberar o trânsito a partir da Rua Souza e Silva.

De acordo com a prefeitura, 300 pessoas que moram ou trabalham a menos de 150 metros da área de implosão foram deslocadas de suas casas e estabelecimentos antes da detonação, por volta das 5h deste domingo. Equipes da Concessionária Porto Novo, e da Secretaria Municipal da Defesa Civil orientaram a população sobre a saída dos imóveis.

Interdições na região

As vias do entorno do trecho do Elevado da Perimetral ficaram bloqueadas durante a implosão. Após a implosão, por volta de 7h30, os pedestres foram liberados para circular em todas as ruas da região próximo a Praça Mauá, exceto na Avenida Rodrigues Alves no trecho onde há escombro.

A Avenida Rodrigues Alves, entre a Rua Edgard Gordilho e a Praça Mauá, a Avenida Venezuela entre a Avenida Barão de Tefé e a Edgard Gordilho, e a Praça Mauá entre a Avenida Rio Branco e a Avenida Rodrigues Alves estão interditadas desde até às 4h do dia 24 de abril.

Demolição da Perimetral

A implosão do Elevado da Perimetral começou em novembro de 2013, quando um trecho de 1.050 metros, entre as ruas Professor Pereira Reis e Silvino Montenegro foi demolido. Um segundo trecho, de 1.163 metros foi retirado em fevereiro deste ano, da Praça Mauá à Avenida General Justo, desta vez com o uso de explosivos.

Com a implosão deste terceiro trecho, de 300 metros, o viaduto, com um total de 4.790 metros, já teve aproximadamente 2.513 metros retirados. A queda da via faz parte das obras da Via Expressa, que ligará o Aterro do Flamengo à Avenida Brasil e à Ponte Rio-Niterói, em substituição ao Elevado da Perimetral, no novo sistema de mobilidade urbana da Região Portuária.

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