Rio - Um dia após a adutora da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) vazar e inundar uma vila de casas na Fazendinha, em Benfica, os moradores continuam sem água e com as casas repletas de lama. Até às 11h desta segunda-feira, nenhum carro-pipa foi enviado ao local para abastecer as moradias, que tiveram o fornecimento interrompido desde a madrugada de domingo.
Muitas pessoas tiveram que retirar água da casa de amigos e até encomendar galões. "Só hoje de manhã, eu entreguei 32 galões. Tivemos que esticar o expediente por mais duas horas e chamar um funcionário de folga às pressas para dar conta", contou o entregador Josué Luis de Sousa.
Na Rua Araruá, na Vila Previdência, aos fundos do local do vazamento, os moradores reclamam que o carro-pipa enviado ontem não foi suficiente. "Tive que comprar água, pois quando cheguei, já tinha acabado", contou a manicure Rose Teixeira, de 35 anos.
De acordo com a assessoria de imprensa da Cedae, as obras deverão ser concluídas ainda hoje e, com isso, o abastecimento será normalizado na região. Para atender uma demanda, um novo carro-pipa será enviado à área.
A empresa estatal ainda informou que não houve registro de reclamação de falta de água nos arredores até o fim da manhã de hoje e que não será necessário economizar água nos pontos, como parte do Méier e de Benfica, que anteriormente foram cotados como área que poderia ser afetada.
Depois de perder eletrodomésticos, panelas e móveis do quarto, a auxiliar de limpeza Nádia França da Silva, de 46, ainda reclamou que teve dormir no quarto enlameado. “ Espero que haja o ressarcimento das minhas coisas”, cobrou. Com duas crianças em casa, a manicure Leila Gonçalves, de 24, relatou que só agora soube que sua casa foi construída sobre a tubulação. “Moro há sete anos aqui e nunca fui notificada pela Cedae. Agora, estou muito preocupada. Se estourar e a parede desabar?”