Por thiago.antunes

Rio - Um adolescente de 14 anos, que está internado no Centro de Socioeducação Dom Bosco — antigo Instituto Padre Severino —, deu entrada no Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador, em estado grave e corre risco de vida. O jovem, segundo a Secretaria municipal de Saúde, chegou à unidade no dia 16, numa cadeira de rodas, se queixando de mal-estar.

E teve convulsão assim que foi atendido. Seu quadro piorou e ele entrou em coma, respirando com a ajuda de aparelhos. No momento, ele está no CTI, lúcido e com pneumonia. Já a família diz que ele recebeu o diagnóstico de edema cerebral, e quer saber o que aconteceu na instituição. O Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) abriu investigação para apurar o caso.

Degase diz que adolescente chegou à unidade de saúde sem lesão aparente. E negou que haja trauma no crânioSeverino Silva / Agência O Dia

Segundo a irmã do adolescente, a auxiliar administrativo Ana Paula Vieira, 24 anos, o garoto foi apreendido no dia 1º de abril, no Leblon, acusado de furto com outros meninos. Foi a primeira vez que o adolescente, que faz o 7 º ano do Ensino Fundamental, foi apreendido. “Quando a minha mãe foi visitá-lo no Dom Bosco, reparou que seu rosto estava inchado. Ela perguntou o que tinha acontecido e, a contragosto, porque eles estavam na presença de uma assistente social, contou que levou tapas no rosto, na cabeça e no peito dos guardas. Na visita seguinte, ele disse que não era verdade”, contou Ana Paula.

O Degase afirma que o adolescente chegou à unidade de saúde sem sangramentos e lesão aparente. E negam que haja trauma no crânio. Ana Paula contou que a família tem outras duas suspeitas, baseadas no que ouviu informalmente de funcionários: o jovem teria ingerido medicamento controlado na cela ou se envolvido numa briga. “Se fosse briga, ele teria hematomas”, afirmou a irmã.

Não foi a primeira vez que o jovem foi levado para o hospital. Dois dias antes de entrar em coma, o garoto foi parar no Evandro Freire com forte dor de cabeça. Após ser medicado, ele foi voltou para a unidade onde estava apreendido. O desembargador do Tribunal de Justiça do Rio, Siro Darlan, lembrou que não é a primeira vez que o Degase é envolvido em casos de violência e maus-tratos. E afirmou que foi comunicado do episódio e vai acompanhar de perto o desfecho.

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