Por bianca.lobianco

Rio - O secretário de Segurança José Mariano Beltrame afirmou, na tarde desta quarta-feira, que não descarta a hipótese do envolvimento de policiais na morte do dançarino do "Esquenta" Douglas Rafael da Silva Pereira, de 26 anos, encontrado em uma creche na comunidade Pavão-Pavãozinho. "Não estamos descartando a hipótese de policiais envolvidos na morte de Douglas, mas também não podemos condená-los sem nenhuma prova. Se forem culpados, eles serão julgados e condenados conforme a lei", afirmou. 

Secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame não descarta hipótese de envolvimento de PMs na morte do dançarino do 'Esquenta'Márcio Mercante / Agência O Dia

O jovem estava com escoriações e marcas de perfurações quando foi encontrado. De acordo com a declaração de óbito, DG morreu por hemorragia interna decorrente de ferimento transfixante no tórax. Em outras palavras, a vítima foi atingida por um tiro de uma arma de fogo. 

O enterro do dançarino será nesta quinta-feira às 15h. O corpo começou a ser velado no cemitério São João Batista por volta das 16h desta quarta-feira. 

Sobre os crescentes ataques a policiais de UPPs, o secretário falou que os traficantes estão tentando descentralizar o projeto de pacificação para retomar os territórios. "Nós não vamos deixar que isso aconteça, eles querem nos desmoralizar, mas nós vamos avançar ainda mais", finalizou. 

Delegado confirma que DG foi morto por um tiro

O delegado titular da 13ª DP (Ipanema), Gilberto Ribeiro, confirmou que Douglas foi morto por um tiro. Ele saiu por volta das 17h do local onde o corpo do dançarino foi encontrado, a Creche Escola Lar de Pierina, situada na Ladeira San Roman, no Pavão-Pavãozinho. O delegado ficou cerca de uma hora acompanhado por agentes da Divisão de Homicídios. A especializada vai dar suporte a equipe da 13ª DP, responsável pelo caso.

Maria de Fátima Pereira%2C mãe de Douglas%2C mostra foto do filhoAndré Luiz Mello / Agência O Dia

"Vim fazer o reconhecimento do local para entender a dinâmica do fato e até para comparar com os depoimentos dos policiais", disse o delegado.

Ribeiro já ouviu alguns PMs da UPP envolvidos no caso. São 10 PMs que participaram do confronto na segunda-feira e dois que encontraram o corpo na terça de manhã. Os PMs serão chamados para depor novamente. "Ouvimos os policiais antes da descoberta do corpo. Quando eles foram ouvidos, tínhamos apenas um confronto sem vítima, por isso eles serão chamados para depor novamente, devido a morte de Douglas".


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