Rio - Cerca de 300 pessoas, entre amigos e parentes de Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, participaram na tarde desta quinta-feira, em Copacabana, de uma manifestação por conta da morte do rapaz. Eles seguiram pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana e depois pegaram a Rua Figueiredo Magalhães indo em direção ao Cemitério São João Batista, onde o corpo do dançarino será sepultado.
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O grupo foi escoltado por viaturas de diversos batalhões. Eles gritaram algumas palavras de ordens como "Fora UPP" e cantaram diversos funks, entre eles o "Rap da Felicidade", com o refrão "Eu só quero é ser feliz. Andar tranquilamente na favela onde eu nasci". A mãe do dançarino, Maria de Fátima Silva, criticou a presença da polícia no cemitério.
"Por que os policiais estão aqui? Por que esse aparato todo? Eu não os convidei, é uma despedida familiar. Isso aqui é um protesto do morro, aqui não tem nenhum bandido", disse.
O comércio entre a Rua Barata Ribeiro e a Av. Nossa Senhora de Copacabana, perto da comunidade, está fechado a mando dos traficantes, segundo os lojistas.
'Nunca pensei que um filho meu fosse morrer antes de mim', diz pai de DG
Paulo Cesar Calazans Pereira, de 51 anos, pai de Douglas Rafael, afirmou que só soube da morte do dançarino do programa "Esquenta", da Rede Globo, através de outro filho. Morador do Imbariê, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ele lamentou a morte de DG e, emocionado, pediu que a justiça seja feita.
"Nunca pensei que um filho meu fosse morrer antes de mim. Também nunca pensei que isso pudesse acontecer a um filho meu. Ele era trabalhador, dançarino. Não era bandido", afirmou Paulo Cesar, ao chegar no velório de DG, no Cemitério São João Batista, em Botafogo.
O pai do dançarino afirmou que esses fatos estão acontecendo somente com as camadas mais pobres da sociedade. "A gente quer justiça, sonhar não custa nada. E no fim das contas, a única justiça que gente tem é a justiça divina. Nunca vi isso acontecer com filho de rico".
Também no velório, Maria de Fátima Silva, mãe de DG, disse que vai brigar para limpar a imagem do filho. "Vou para a Suíça cobrar os meus direitos e lutar pela imagem do meu filho. Ele brigou muito por aquela comunidade que ele chamava de 'meu morrão'. Me jogaram aos lobos e agora vou voltar liderança a alcateia", diz.