Por fernanda.magalhaes

Rio - 0 clima de tensão, agravado pela proliferação de boatos, levou ontem universidades e lojas a mudarem a rotina em Niterói, sobretudo no Centro, um dia depois do </DC>intenso tiroteio que causou pânico nas ruas e que chegou a fechar as portas do Plaza Shopping, o principal estabelecimento comercial do bairro. Enquanto alguns lojistas resolveram antecipar o horário do fechamento, alunos de três universidades localizadas na região foram surpreendidos com a notícia de que as aulas no período da noite haviam sido suspensas por medida de segurança. Boatos davam conta que o Exército tomaria o Morro do Estado para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A Secretaria de Segurança negou a informação.

“Ninguém veio mandar fechar, mas começou um falatório de que ia ter toque de recolher e essa ameaça se espalhou. Por precaução, resolvemos fechar a loja mais cedo. É melhor prevenir que remediar”, declarou um comerciante que tem loja na Rua Araújo Pimenta, próximo a um dos acessos ao Morro do Estado, e pediu para não ter a identidade divulgada.

O comando do 12º BPM (Niterói) negou que traficantes tivessem determinado um toque de recolher e garantiu que o Serviço de Inteligência (P-2) está monitorando a região. Durante todo o dia, houve incursões em diversos pontos do município, incluindo os morros do Estado e da Chácara, que protagonizam cenas de guerra pela disputa dos pontos de venda de drogas.

Com passagens por tráfico e homicídio, Alex Sandro Guimarães, 36, foi preso ontem no Morro da Chácara. Com ele, a PM apreendeu, além de armas, um celular com um vídeo de uma sessão de tortura da qual ele participou. A vítima foi uma moradora considerada traidora. Além de agressões no rosto, ela teve o cabelo raspado e foi obrigada a cantar músicas de apologia ao bando. O crime ocorreu na quarta-feira, horas após intenso tiroteio que levou pânico ao Centro de Niterói.

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