Por paulo.gomes

Rio - A Justiça do Rio está realizando na tarde desta sexta-feira a primeira audiência de instrução e julgamento de Fábio Raposo Barbosa, de 22 anos, e Caio Silva de Souza, 23, acusados pela morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Ilídio de Andrade, em fevereiro. A promotora Isabella Pena Lucas pretende que o caso seja julgado no Tribunal do Juri.

"O que o Ministério Público pretende é que o caso vá para o tribunal do juri. O MP entende que houve a intenção de matar com o lançamento do explosivo. Eles (Caio e Fábio) assumiram o risco de matar o cinegrafista, um trabalhador que estava de costas e não foi avisado do lançamento do explosivo", diz.

Fábio Raposo e Caio de Souza estão presentes na 3ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do RioJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia

A promotora acredita que existem provas suficientes para que a dupla seja condenada. "Estou convicta das provas que foram produzidas e da participação deles no caso. O que a gente busca é a condenação", diz.

Nesta sexta serão ouvidas apenas duas testemunhas de acusação, porque a secretaria de segurança notificou os policiais arrolados como testemunhas para audiência na segunda-feira, ou seja, com a data errada. A intimação da Justiça foi para a secretaria com data correta.

Fábio e Caio são apontados como responsáveis por acender e lançar o rojão durante protesto contra o aumento no preço das passagens do transporte público. O cinegrafista teve morte cerebral confirmada no dia 10 de fevereiro. Três dias após o crime, o tatuador Fábio Raposo foi preso na casa dos pais, no Recreio dos Bandeirantes, e entrou em acordo com a polícia para revelar a identidade do outro acusado, para quem teria repassado o explosivo.

Suspeito de ter lançado o artefato que vitimou Santiago, Caio de Souza, auxiliar de serviços gerais no Hospital Estadual Rocha Faria, em Campo Grande, foi capturado no dia 12, em uma pousada na cidade de Feira de Santana, na Bahia, de onde tentaria seguir para a casa de parentes no Ceará.

No início do mês, os dois réus tiveram pedidos de habeas corpus negados pela 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Na ocasião, os desembargadores que julgaram o caso entenderam haver motivos claros para que a dupla seguisse presa. Assim, os acusados irão aguardar a conclusão do julgamento na cadeia.

Fábio Raposo e Caio de Souza são acusados dos crimes de explosão e homicídio triplamente qualificado podendo receber penas de até 34 anos de reclusão.

Você pode gostar