Rio - O senador Marcelo Crivella (PRB) e o deputado e ex-governador Anthony Garotinho (PR) disputariam o segundo turno se as eleições para governador do Rio de Janeiro fossem realizadas hoje. Pesquisa do Instituto Gerp indica que, a pouco mais de cinco meses das urnas, Crivella (PRB) tem a preferencia de 18% dos eleitores fluminenses, seguido por Garotinho, com 13%. Com menos de dois dígitos aparecem o senador petista Lindbergh Farias (8%), o democrata Cesar Maia (7%) e o governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB, com 6%. Na lanterninha da disputa estão os deputados Alfredo Sirkis (PSB), com 2%, e Miro Teixeira, do Pros, com 1%.
Segundo o levantamento, feito entre 18 e 23 de abril e com margem de erro de 3,39%, quase metade do eleitorado (45%) ainda não tem candidato: 23% afirmam que não votariam em nenhum dos candidatos, e 22% estão indecisos.“É um número alto, mas a tendência é que, daqui até a eleição, o eleitor defina seu candidato”, diz Gabriel Pazos, presidente do Gerp.
Em sua avaliação, o cenário deve mudar muito até 5 de outubro. Um dos beneficiados deverá ser Pezão, que assumiu o governo há menos de um mês e ganhou maior visibilidade, além de contar com a máquina pública, para turbinar a reeleição. “O Pezão carrega uma boa dose de rejeição do (ex-governador) Sérgio Cabral, mas é o único dos candidatos que já pode cumprir promessas. O crescimento da candidatura vai depender, naturalmente, do desempenho no cargo”, argumenta Pazos.
A pesquisa aponta baixa popularidade de Sérgio Cabral: 36% acham que seu governo foi regular, 39% consideram ruim e péssimo e apenas 20%, que foi bom (16%) e ótimo (4%). Com menos de um mês à frente do governo, Pezão herdou a má avaliação da gestão de Cabral.O levantamento revela que 23% consideram o governo regular; 20% ruim (10%)e péssimo (10%) e apenas 13% acham ótimo (1%) e bom (12%).
Já 43% não souberam opiniar sobre o governo de Pezão, contra 5% dos que preferiram não avaliar Cabral. A pesquisa detectou que 53% dos entrevistados já sabem que Pezão é o novo governador, contra 26% que ainda acham que a administração fluminense está nas mãos de Cabra.
Nas simulações feitas pelo Gerp, Crivella vence a disputa contra todos os adversários, em um segundo turno. Ele ganha com 31% a 15% de Garotinho, e com 32% dos votos a 14% de Pezão. O senador e ex-ministro de Dilma Rousseff obteria também sai na frente n disputa contra o petista: ele fica com 30% dos votos contra 15% de Lindbergh.
Pezão ficaria empatado tecnicamente com Garotinho: 18% a 20%, em um segundo turno. Lindbergh venceria a disputa contra o governador por 22% a 15%. O petista teria, no entanto, empate técnico com Garotinho, com o placar registrando 21% a 18%.
O Gerp ouviu 870 eleitores (424 homens e 446 mulheres) e registrou a pesquisa no TRE-RJ (protocolo 00003/2014).
Sem Crivella, dá Lindbergh
Lindbergh Farias (PT) seria o maior beneficiado em uma eventual desistência do senador Marcelo Crivella (PRB) de concorrer ao governo do Rio. Segundo a pesquisa, o petista herdaria 20% das intenções de voto antes destinadas a Crivella.
O petista é seguido de perto por Garotinho, que ficaria com 18% dos votos do ex-ministro. Pezão seria o menos beneficiado com a saída de Crivella do páreo: obteria apenas 2% dos votos antes destinados ao senador. Miro Teixeira ficaria com 5% e César Maia, com 4%.
Crivella herdaria 29% dos votos de Garotinho, caso o deputado do PR saísse da disputa. Já Lindbergh ficaria com 18% dos votos de Garotinho, enquanto César Maia com 11%. Pezão ficaria com 8% dos votos do deputado.Alfredo Sirkis (PSB) e Miro também seriam pouco beneficiados com votos de Garotinho: 4% e 3%, respectivamente.
No cenário sem Lindbergh, Crivella teria 27% dos votos do petista. Já Pezão ficaria com 13% dos votos de Lindbergh, contra 11% que iriam para Garotinho.Maia ficaria com 6%, Sirkis com 4% e Miro com 3%.
Dilma lidera com 33%
Candidata à reeleição, a presidenta Dilma Rousseff (PT) conta hoje com a intenção de voto de 33% dos eleitores do estado para continuar no Palácio do Planalto. Bem atrás vem o senador tucano Aécio Neves (10%), seguido de perto pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB), com 9%. Pelo levantamento do Instituto Gerp, 47% dos entrevistados não sabem quem escolher ou não querem votar em qualquer dos pré-candidatos à Presidência da República.
A pesquisa revela, porém, um desgaste da imagem da presidenta entre os fluminenses, com índice de rejeição específico de 20%. Aécio Neves está na segunda posição, com 14%. Campos apresenta 8% de rejeição. Esses índices aumentam se levarmos em conta o percentual de 23% dos entrevistados que afirmam não votar em nenhum dos pré-candidatos.
Debate toda semana
Além de pesquisas eleitorais, O DIA passa a publicar a cada semana pesquisas do Instituto Gerp sobre temas de interesse da sociedade e que afetam a vida dos moradores do estado. A estreia é amanhã, com levantamento da opinião dos eleitores sobre a Copa do Mundo.
Para o presidente do Gerp, Gabriel Pazos, a iniciativa é “uma contribuição à democratização da informação porque estimula a participação da sociedade na discussão de temas relevantes”. Pazos observa que “O DIA também contribui para a democratização ao permitir que os leitores tenham acesso a informações que, geralmente, poucos teriam”.
Segundo Aziz Filho, diretor de Redação do DIA, o Rio vive período histórico, com eleições, Copa, Olimpíadas e muitos desafios no meio desses eventos. “O mais carioca dos jornais não poderia ficar fora dos debates. Vamos identificar as preocupações e as opiniões dos moradores e contribuir no que estiver ao nosso alcance para superar os desafios”, afirma. Para adquirir o relatório completo da pesquisa, entre em contato com a Agência O DIA em agênciaodia.com.br.
Reportagem de Eugênia Lopes