Por daniela.lima

Rio - No ponto mais alto do Complexo do Alemão, a implantação de uma biblioteca se transforma em referência de dias melhores para os moradores da comunidade, que têm tão poucas opções de lazer e cultura. Além de acesso à leitura, eles terão ali recursos tecnológicos ao estilo de instituições parecidas de Paris, Chile e Colômbia. O conceito de biblioteca-parque chega à estação do teleférico das Palmeiras até o fim do ano. Mangueira, São Gonçalo e Lins de Vasconcelos serão os próximos bairros a receber a nova concepção de biblioteca.

As dependências que abrigarão a biblioteca depois de sofrerem modificações%3A estantes recheadas de livros e mesas e cadeiras coloridasEstefan Radovicz / Agência O Dia


O ambiente com paredões de livro e mesas unitárias agora ganha ares de modernidade. No projeto desenvolvido pela Secretaria Estadual de Cultura há salões, mesas redondas e computadores com internet para todos os lados. “A grande procura dos jovens é pela internet e, por isso, usamos esse mundo digital para levar a cultura”, explica Vera Schroeder, coordenadora do acervo e leitura das bibliotecas-parque. No Rio, o conceito já existe em Manguinhos,Rocinha, Niterói e, a mais recentemente, no Centro da cidade.

As oficinas gratuitas prometem ser a grande sensação. Sete empresas parceiras, criadas na comunidade, vão oferecer aulas em vários segmentos, como fotografia, moda, teatro, rádio e turismo . O grupo Pensar, coordenado por Isabela Reis, terá oficina audiovisual. “Eles vão aprender a fazer vídeos e a divulgá-los para o mundo”, explica Isabela. 

SALAS PARA A COMUNIDADE

Nos 1.600 metros quadrados da unidade no Alemão, o acervo será de 16 mil livros e mais de 20 mil músicas, disponíveis para download. Nos computadores, além da internet liberada, haverá jogos e aplicativos atrelados à leitura. Salas multiuso ficarão à disposição da comunidade para reuniões e debates, assim como o anfiteatro, com capacidade para 180 pessoas, e um espaço voltado para atividades infantis.

“O projeto parte da premissa de que biblioteca não deve ser apenas lugar de leitura e estudo. É um espaço para formar cidadãos, que ajuda na recuperação do tecido social”, conclui a secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes.

Um conceito de sucesso 

Se depender dos exemplos de outras comunidades que já receberam a biblioteca-parque, como é o caso de Manguinhos e Rocinha, o Alemão promete ser um grande sucesso. Em Manguinhos, a unidade criada em 2011 atinge uma média de 6 mil visitas mensais. Na Rocinha, o índice chega a 4 mil. “Há uma necessidade de se repensar o papel da biblioteca no mundo contemporâneo. Acho que o conceito das novas bibliotecas-parque é a grande sacada”, declara, entusiasmada, a coordenadora Vera Schroeder.

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