Rio - A maior concentração do efetivo de mais 2.076 homens nas ruas do estado, resposta dada aos sucessivos ataques em áreas pacificadas e ao aumento nos índices de criminalidade divulgados na semana passada, está nos batalhões do Centro, Tijuca, Zona Sul e parte da Zona Norte, que integram o 1º Comando de Policiamento de Área (CPA). A área contou com o reforço de 301 policiais militares — 50 deles pertencem ao Batalhão de Choque e fazem patrulhamento rotativo. Ontem, primeiro dia do reforço, policiais do Choque estiveram na Radial Oeste, próximo ao Maracanã. O esquema tem o apoio de cem viaturas.
O policiamento nas ruas também será reforçado pela Operação Fecha Quartel, com parte do efetivo que trabalha em setores administrativos nos batalhões. Outros 490 novos PMs, que se formam na sexta-feira, estarão nas ruas a partir da próxima segunda-feira.
Com o aumento dos patrulhamentos também cresce a insatisfação de quem está nas ruas. A redução do tempo de folga, devido à obrigatoriedade do reforço através do Regime Adicional de Serviços (RAS), gerou queixas dos PMs sobre o aumento do trabalho.
“É muito mais prático e barato para o governo sacrificar a categoria apenas para dar uma resposta rápida à opinião pública e tranquilizar a sociedade, porque estamos perto de uma Copa do Mundo e das eleições. O policial precisa de repouso para se recuperar do desgaste físico e emocional da função. Só assim vai ter equilíbrio nas suas ações”, criticou Vanderlei Ribeiro, presidente da Associação de Cabos e Praças da Polícia Militar.
O tenente-coronel Cláudio Costa, relações públicas da Polícia Militar, tentou minimizar o problema. “Estamos respeitando o descanso mínimo de oito horas do policial. As folgas continuam, mas foram reduzidas”, disse.