Rio - Cerca de 60 pessoas acompanharam o sepultamento do corpo do administrador Sandro Dominguez Guimarães de Oliveira, de 26 anos, no Cemitério de Inhaúma, na manhã deste sábado. O jovem foi morto a tiro na sexta-feira na Rua Fábio da Luz, no Méier, durante um assalto. "Agora para onde ele foi, com certeza vai estar melhor do que eu. Acho inexplicável o que aconteceu com meu filho", disse Oduvaldo José de Oliveira, de 53 anos, pai do rapaz.
A mãe do jovem encontra-se em estado de choque e sem condições de falar. Sandro era filho único.
O crime aconteceu às 6h58 desta sexta, quando o rapaz estava indo para a academia. Ele foi abordado por um homem numa moto, que, após roubar o cordão de ouro, deu um tiro no peito de Sandro, que ainda caminhou por alguns metros antes de cair.
O pai de Sandro contou que os dois são torcedores do Botafogo e viajaram recentemente para Buenos Aires juntos. Ele disse que o filho nunca bebeu ou fumou e que sempre levou uma vida regrada e que nunca pensou que uma situação dessas iria ocorrer com ele.
Durante o funeral, amigos da família reclamavam da violência no bairro do Méier e da falta de policiamento na região.
Flávia Rosa, de 40 anos, analista judiciária, trabalha com o pai da vítima e disse que tem um filho de 23 anos que quando sai de casa, ela "nunca sabe se vai voltar" por causa da violência que tem tomado conta do bairro. "O governo não toma nenhuma providência com a violência na região do bairro do Méier porque lá não é Zona Sul", afirmou.
Outra amiga de Oduvaldo, Ezilda Pires, também analista judiciária, contou que evita sair à noite e quando é necessário, usa táxi por se sentir mais segura. "Não ando com meu carro pois tenho medo", disse.