Rio - Policiais da 14ª DP (Leblon) identificaram três integrantes de uma gangue que roubou um casal de turistas de Brasília na Praia de Ipanema na sexta-feira, conforme O DIA mostrou com exclusividade. O quarto homem, que seria menor de idade, ainda não foi identificado. O pedido de prisão temporária pelo crime de roubo qualificado já foi encaminhado à Justiça. Dois dos acusados, Alexandre da Silva Rodrigues, de 24 anos, e Adriano Silva Rodrigues, 25, são irmãos e moram na comunidade de Cantagalo, em Copacabana. Já Wanderson da Silva Souza, 18, possui mandado de busca e apreensão.
“Todos eles já têm passagem pela polícia. A prisão deles é questão de tempo”, afirmou a delegada da 14ª DP, Monique Vidal, que solicitou as fotos ao DIA. Segundo ela, Alexandre responde por furto, posse de explosivo e resistência à prisão. Adriano, por sua vez, já foi denunciado por ameaça e dois futos a turistas, e Wanderson, por duas tentativas de furto a turistas, furto consumado, tráfico de drogas e jogo de azar.
Na sexta-feira, o casal de turistas estava caminhando na beira do mar, quando um assaltante vestido de camisa e bermuda laranja se aproximou e puxou o cordão dele. A vítima perseguiu o ladrão, que aparentava ser menor de idade, e conseguiu derrubá-lo. Mas em seguida três comparsas o enfrentaram. Um deles ainda deu uma paulada na cabeça do turista.
O casal, que não se identificou com medo de represália, não registrou queixa na delegacia, e alegou ter esperado 40 minutos pela chegada de uma viatura da Polícia Militar, acionada pelo 190. Em nota a PM, porém, afirma que uma patrulha chegou ao local 25 minutos depois do chamado, que teria sido feito às 14h02: “Em 25 minutos os policiais chegaram ao local solicitado. Lá não foi localizado nem solicitante, nem suspeitos. As 14h45 encerraram a ocorrência por não localizar nenhum solicitante. O policiamento do local é feito por dois carrinhos elétricos e uma viatura nessa quadra da praia”, diz o texto.
O Rio, que enfrenta criminalidade crescente desde 2013, segundo o sociólogo especialista em violência urbana Ignácio Cano, sofre mais um golpe com o episódio. “O impacto de um caso desses, que acontece em um bairro turístico, às vésperas de um grande evento como a Copa do Mundo, é especialmente negativo para os turistas que vêm de outros países. Este é um momento em que tudo o que acontece no Brasil ganha grande visibilidade.”
Tipo de assalto é frequente
Comerciantes e moradores disseram neste sábado que este tipo de assalto é muito frequente no local, conforme conta a presidente da Associação de Moradores de Ipanema, Maria Amélia Loureiro: “Eles estão sempre acompanhados. Enquanto um comete o crime, os outros vigiam a área, e, se precisar, dão apoio ao que está à frente do assalto”.
“Essa turma de ladrões está sempre aqui, diariamente, e são sempre as mesmas pessoas. Não entendo como a polícia não os prende. Mesmo depois da reportagem, hoje (sábado) o que se vê é o mesmo de todo dia: raríssimos guardas”, reclama um comerciante da orla que não quis ser identificado.