Por felipe.martins

Rio - Para a maior revista da Alemanha, que vende 900 mil exemplares por semana, a Copa na terra do futebol poderá ser um fiasco. Com uma matéria de dez páginas e uma capa que traz o título “Morte e Jogos”, em que aparece uma bola de fogo tendo ao fundo o Pão de Açúcar, a ‘Der Spiegel’ diz que “os cidadãos estão enfurecidos com os estádios superfaturados e políticos corruptos”.

A reportagem, que foi dividida em três partes, diz que o clima na cidade carioca não é de Copa, mas isso pode mudar, caso a seleção brasileira vença o Mundial . Por enquanto, o cenário no Rio é de policiais e traficantes “se enfrentando de maneira sangrenta” nas favelas. Se houver um desempenho ruim dos jogadores, a revista lança um questionamento sobre o que deve acontecer. “Os jogos vão terminar em pancadaria nas ruas? Políticos e funcionários da Fifa serão perseguidos por uma multidão enfurecida?”.

Revista alemã critica Copa no BrasilReprodução Internet

Ao falar dos projetos, a revista cita o exemplo do Maracanã com um estádio que, ao ser reformado, ficou elitizado. Antes, cita a reportagem, os ingressos eram tão baratos que até mendigos poderiam comprá-los. “Hoje o Maracanã tem a cara de qualquer estádio da Fifa. Podia estar em Londres, em Frankfurt ou em Yokohama”.

Nesta segunda-feira, no mesmo dia em que a revista começou a circular, houve um ataque na Embaixada do Brasil, em Berlim. A assessoria de imprensa da representação diplomática informou que um grupo encapuzado atirou pedras nas janelas do prédio, na madrugada, quebrando vidraças.

Como o prédio tem vidro reforçado, as pedras não entraram nos escritórios. Os responsáveis pelo ataque fugiram antes da chegada da polícia. Imagens gravadas por câmeras estão sendo analisadas. O movimento chamado Indymedia assumiu a autoria numa carta na sua página na internet. “Para chamar a atenção para o que a Copa do Mundo significa e derrubar a Fifa, fizemos uma ação com as armas mais simples do povo, as pedras”, escreveu o grupo.

Em nota, a polícia de Berlim afirmou que não está excluída a possibilidade de motivação política para o atentado.

Você pode gostar