Por thiago.antunes

Rio - Assim como o secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame, a ex-chefe de Polícia Civil Martha Rocha pode entrar na mira da Justiça. O Sindicato de Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (Sindelpol) representou contra a delegada no Ministério Público e na Corregedoria Geral Unificada (CGU) por suspeitas de improbidade administrativa. A CGU já instaurou sindicância e vai investigar as denúncias.

Conforme O DIA mostrou nesta quarta-feira, o MP ajuizou ação na 7ª Vara de Fazenda Pública com pedido de condenação também por improbidade administrativa de Beltrame e da ex-colaboradora dele Susy das Graças Almeida Avelar, além dos gestores da empresa Júlio Simões Logística S/A, por conta de suspeitas em contratos de aluguel e manutenção das viaturas da Polícia Militar.

Contra Martha Rocha foram documentadas denúncias de infração de decretos e normas administrativas (sobre remoções de delegados sem motivação ou fundamento e redistribuições de inquéritos). Além disso, a delegada é acusada de lotar dois policiais civis, sendo um deles parente do atual chefe, Fernando Veloso (à época subchefe operacional), na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) sem curso obrigatório de especialização.

Martha%3A denúncias de infração de decretos e de normas administrativasErnesto Carriço / Agência O Dia

O documento, protocolado no MP sexta-feira, também inclui acusações de posses de delegados formados em dezembro de 2013, ainda em estágio probatório, em delegacias especializadas. O prazo de experiência mínima para esse tipo de lotação, com base em decreto, seria de um ano. O MP diz que nos próximos dias irá encaminhá-lo a um promotor de Tutela Coletiva.

Por suposta violação das normas, a representação sugere que a delegada responda a processo administrativo disciplinar e inquérito civil, e esteja sujeita a perda de função pública e suspensão dos direitos políticos por cinco anos. Martha se desligou da chefia para disputar a eleição.

“Não fui informada e prefiro aguardar o documento para me pronunciar. Mas me espanta ter saído da chefia há três meses e somente agora essas denúncias serem feitas. Por que não foram feitas antes?”, indagou Martha, que já moveu ação por danos morais contra o Sindelpol.

O Sindicato informou que não irá se pronunciar sobre o fato. Já a Polícia Civil disse que está concluindo a adequação da resolução que normatiza a lotação de agentes na Core. O objetivo é estudar mecanismos diferenciados. “O investigador Agostinho da Silva Veloso possui cursos de especialização equivalentes ao exigido, o que o capacita para atuar na Core. Já inspetora Aline Valente Grigório é veterinária de formação e trabalha em atividade técnica com os cães”, diz a nota.

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