Por daniela.lima

Rio - O suspeito de matar o taxista Rafael José Rodrigues da Silva, 31 anos, em frente ao Barra Music, na madrugada de sábado, é mesmo um PM e trabalharia na Unidade de Polícia Pacificadora da Cidade de Deus. A informação foi levada à Divisão de Homicídios (DH) por duas pessoas que presenciaram o crime. O policial foi ouvido ontem e negou envolvimento. De acordo com testemunhas, a briga aconteceu por desavença quanto ao preço que o taxista cobraria para passar por uma blitz da Lei Seca com o carro do policial.

Rafael%2C os filhos e a irmã%3A orgulho de ter parentes na Polícia MilitarÁlbum de família


“O Rafael teria que dirigir o carro dele e depois voltar a pé. Ele cobrou R$ 100 e falou que se ele não queria pagar, poderia consultar outra pessoa”, relembrou uma das testemunhas, que prefere o anonimato. A revelação causou indignação na família do taxista, que tem irmã, cunhado e cunhada na corporação. “Não consigo aceitar que um colega de farda tirou a vida do meu irmão. Como PM, aprendi a cuidar dos outros, a ser cordial, a fazer com que a população se aproxime da gente”, desabafou a irmã Rafaele Rodrigues, 29, há dois na corporação. “Não admito que esse homem use a farda que amo e respeito.”

Segundo a irmã, o taxista assassinado ficou orgulhoso quando ela entrou para a corporação. “Não quero que meus sobrinhos cresçam com a imagem de que um policial matou o pai deles. Minha sobrinha acha que todos os policiais são como nós e não quero que ela perca isso”, contou Rafaele, cujo marido é PM há 15 anos.

Rafaele disse confiar no trabalho da DH e acredita que o culpado será punido. “Não vamos deixar que meu irmão seja só mais um número”, afirmou.

Além de Arthur, 7 anos, e Ana Clara, 10 — órfãos de mãe há quatro anos —, o taxista deixa Daniel, de apenas 1 ano e 10 meses. Os três foram avisados da morte do pai após o enterro. Taxistas programaram para hoje, em frente ao Barra Music, manifestação em memória do colega assassinado.

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