Por paulo.gomes

Rio - O segurança de rua Luiz Alberto Ferreira Filho, 23 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu por volta das 6h20 desta segunda-feira, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde. Ele foi baleado na noite de domingo dentro de um restaurante na Rua Inhangá, em Copacabana, na Zona Sul.

Luiz Alberto Ferreira Filho%2C de 23 anos%2C levou dois tiros num restaurante em Copacabana. Disparam atingiram um prédio ao lado do estabelecimentoOsvaldo Praddo / Agência O Dia

Luiz Alberto foi baleado na cabeça e no braço direito. Ele chegou a ser encaminhado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, onde foi operado, mas acabou falecendo. O crime ocorreu por volta das 21h e foi praticado por um homem de cerca de 20 anos que chegou de bicicleta e fez pelo menos quatro disparos. Dois deles acertaram a vítima, um quebrou a porta de vidro de entrada do restaurante e outro pegou no portão da garagem do prédio vizinho. Houve pânico na hora, já que Luiz Alberto tentava se abrigar no interior do comércio que estava cheio clientes no momento. Imagens do circuito de segurança de estabelecimentos e de prédio vizinhos, que podem ter registrado toda a ação, serão solicitadas.

Delegado-adjunto da 12ªDP, Eduardo Miranda afirma que a tentativa de evitar a venda de entorpecentes na rua pode ter motivado o crime. Ele diz que investigações da própria delegacia já davam conta de que havia um ponto de venda de drogas na rua, principalmente de ácidos e de êxtase. De acordo com Miranda, relatos de testemunhas dizem que cerca de 40 minutos antes dos disparos, a vítima teria discutido com o criminoso que teria levado um tapa no rosto do segurança.

“Ainda não sabemos o motivo da discussão, mas já temos informações que, no momento do crime, o atirador estava acompanhado de pelo menos uma pessoa que lhe dava cobertura caso alguma coisa desse errado”, relata o delegado.

Pai do segurança%2C Luiz Alberto Ferreira%2C de 57 anos%2C disse que seu filho não tinha inimigosOsvaldo Praddo / Agência O Dia

Imagens do crime

Segundo Eduardo Miranda, as imagens do prédio ao lado do restaurante podem ter registrado o crime. Ele diz que elas serão solicitadas na manhã desta segunda-feira para tentar identificar o autor dos disparos. “Segundo o porteiro noturno deste prédio, há uma câmara com foco justamente onde a vítima foi baleada. Talvez, por meio dessas imagens, consigamos identificar o criminoso”, informa o delegado.

Miranda relata ainda que serão solicitadas também imagens do circuito interno de todos os estabelecimentos e prédios próximos que possam ter registrado o crime ou, pelo menos, filmado a chegada ou a saída do criminoso, que segundo testemunhas, não fugiu sozinho. “O que indica que tinha gente dando cobertura. Meus policiais já fizeram uma busca na região e identificaram pelo menos dez câmeras que devem ter gravado a ação para que, pela manhã, possamos fazer a requisição formal dessas imagens”, informa o delegado-adjunto da 12ªDP.

Discussão 40 minutos antes

O delegado comenta que teve uma testemunha que viu a discussão da vítima com o autor dos disparos cerca de 40 minutos antes do crime. Relatou que o autor dos disparou usava camisa com listras verticais, que seria de um time de futebol. “Ele só não soube informar de qual clube”, conta. De acordo ainda com Miranda, em uma das imagens já vista pelos policiais, em um dos prédios, foi possível ver um rapaz de capuz, como se tivesse em fuga de bicicleta, saindo da Rua Inhangá próximo a hora do crime. “Essas informações vão ajudar na identificar o criminoso quando estivermos vendo todas as gravações dos prédios que captam as imagens das ruas da região”, diz Miranda.

Segundo ele, a ocorrência de uma moradora da mesma rua feita na manhã de domingo na 12ªDP, indica que um grupo de jovens costuma se reunir na região com atitudes suspeitas e um disparo por arma de fogo teria atingido a janela da moradora na madrugada de sábado.

O pai da vítima, o também segurança Luiz Alberto Ferreira, de 57 anos, disse que seu filho há cinco anos é vigia da rua e do restaurante Alfaia. Disse também que trabalha junto com o filho, mas que neste domingo estava na igreja na hora do fato. “Meu filho é querido por todos da rua. Não tenho ideia de quem teria feito isso com ele, já que não tem inimigos”, conta Ferreira.

Para o delegado Eduardo Miranda, o pai da vítima contou que o filho tem um perfil de 'xerifão' da rua, apesar de não portar arma. “Disse que o Luiz é um segurança contratado pelos comerciantes e sempre se colocou com uma pessoa que cuida e organiza a rua. Por isso, nossa suspeita do crime ter sido praticado pelos traficantes que estão agindo na rua. De repente também o autor dos disparos pode ter sido alguém que já vinha se indispondo com a vítima e não tolerou levar um tapa no rosto”, analisa o policial.

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