Por thiago.antunes

Rio - Se pegar bons ventos na mesa do prefeito Eduardo Paes, o projeto de lei sobre o transporte hidroviário de passageiros nas lagoas de Jacarepaguá, aprovado nesta sexta-feira em segunda votação na Câmara de Vereadores, poderá ser a nova onda do Rio. De autoria dos vereadores Carlo Caiado (DEM) e Thiago Ribeiro (PMDB), texto, que aguarda ser sancionado pelo prefeito, propõe parceria público-privada para a concessão do transporte hidroviário, que beneficiará 30 milhões de pessoas por ano.

“Uma empresa contratada pela prefeitura para estudar o transporte na região foi que chegou a esse número de passageiros. As pessoas gastam muito tempo em engarrafamentos na Barra, por exemplo. Com o transporte hidroviário, levariam poucos minutos para chegar de um extremo ao outro”, avalia Caiado. O complexo lagunar compreende as lagoas de Jacarepaguá, Camorim, Tijuca e Marapendi (e seus canais) e, pela proposta, o transporte hidroviário seria integrado ao sistema tradicional, como o BRT e metrô.

Projeto prevê a reestruturação dos canais do complexo lagunarDivulgação

A ideia de Caiado e Ribeiro vai ao encontro do projeto de limpeza das lagoas da região, que está atrasado um ano e meio mas deve começar no próximo mês, visando às Olimpíadas (orçado em R$ 600 milhões). O projeto de lei prevê a construção de deques, reestruturação dos canais de navegabilidade e escolha de embarcações que priorizem a preservação ambiental.

“O Poder Executivo fica autorizado a firmar contratos, acordos ou termos de parcerias públicas e/ou privadas para a realização de obras e serviços de engenharia, aquisição de máquinas e equipamentos e prestação de serviços de operação e manutenção de infraestrutura do transporte marítimo no sistema lagunar”, diz o texto do projeto de lei.

O ambientalista Mario Moscatelli é a favor do transporte hidroviário no complexo lagunar de Jacarepaguá. “Há uns 12 anos apresentei a mesma proposta ao então prefeito Cesar Maia. Porém, antes de tudo, as lagoas têm que deixar de ser latrinas e latas de lixo. Além da dragagem, é necessário impedir a chegada de mais sedimentos. Sobre o tipo de embarcação, deve ser ecológica e com velocidade compatível com as margens das lagoas. Um sistema de fiscalização ambiental também precisa ser criado para controlar eventuais problemas, como derramamento de óleo”, pontua Moscatelli.

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