Por thiago.antunes

Rio - O juiz da 35ª Vara Criminal, Rudi Baldi Loewenron, decretou a prisão preventiva do advogado Thiago David Fernandes, de 30 anos. O pedido foi feito pela promotora Angélica Glioche, do Ministério Público (MP). Fernandes é acusado de usar documentos de pessoas com o nome sujo na praça para entrar com ações na justiça contra as empresas, sem que os interessados soubessem.

Na decisão, o juiz alega que “trata-se de estelionato judicial no qual o acusado, na condição de advogado, teria perpetrado fraude em face de inúmeros magistrados, na medida em que, utilizando-se de documentação falsa, teria ajuizado dezenas de ações judiciais a fim de obter vantagem ilícita em prejuízo de terceiros.

”Como O DIA publicou com exclusividade semana passada,Fernandes teria arregimentado mulheres na comunidade Final Feliz, em Costa Barros, e montado uma banquinha com a inscrição ‘Limpe o seu nome’ para recolher os documentos dos supostos clientes. Esta é a segunda vez que o advogado é denunciado à justiça e tem a prisão preventiva decretada.

Segundo denúncia do MP, a análise de 11 processos, feita por perito do Tribunal de Justiça, foi fundamental para provar o envolvimento de Fernandes no megaesquema de fraude no 2º Juizado Especial Cível. O advogado usava o mesmo comprovante de residência. O que mudava na conta de telefone eram os nomes dos autores dos processos e os endereços, mas o número do código de barra era o mesmo. Além disso, exames grafotécnicos atestam que as assinaturas das procurações eram falsas.

“Isso é uma chicana. Meu cliente é inocente. Vou recorrer desta decisão no tribunal”, afirmou Amelio Abrantes, advogado de Fernandes. Em pouco mais de dois anos, uma rede de 11 advogados que lesou empresas e pessoas foi investigada por envolvimento em megaesquema de fraude. Para o sucesso do trambique, os advogados contam com o fato de as empresas fazerem acordos extrajudiciais.

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