Por thiago.antunes

Rio - Representantes da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) e a Associação Nacional de Mídia Afro (ANMA) vão se reunir hoje, às 14h30, com o presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, desembargador Sergio Schwaitzer, para entregar um abaixo-assinado cobrando a retirada do ar de 16 vídeos publicados no YouTube que atacam as religiões afro-brasileiras.

O pedido dos grupos que combatem o preconceito contra os credos de matriz africana vai contar com o apoio de outras entidades da sociedade civil, como a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).

O babalaô Ivanir dos Santos está à frente das ações da comissão Estefan Radovicz / Agência O Dia

“Essas organizações vão entrar como partes interessadas na ação que está sendo movida pelo Ministério Público”, afirma o babalaô Ivanir dos Santos, que está à frente do CCIR. A ação do MP citada é a que suscitou grande debate nas últimas semanas quando o juiz da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Eugênio Rosa de Araújo, negou o pedido de retirada dos vídeos sob o argumento de que que os cultos afro-brasileiros não deveriam ser considerados religiões.

Sob duras críticas, o magistrado voltou atrás em sua decisão quanto ao reconhecimento dos credos, mas não autorizou que os vídeos saíssem de circulação. “Até agora, o juiz Eugênio só choveu no molhado. Isso (o reconhecimento como religião) todo mundo sabe”, diz o presidente da ANMA, Márcio de Jagun. “O que queremos é nossa dignidade, que essas imagens sejam tiradas do ar”, pontua.

Segundo Márcio, o recolhimento de assinaturas teve início no último dia 19 de maio, quando foi realizado ato de repúdio à decisão inicial do juiz na Associação Brasileira de Imprensa (ABI). O documento tem aproximadamente mil signatários. Além da reunião, um grupo de adeptos das religiões afro programam manifestação na porta do TRF para pedir rapidez no julgamento da ação. Líderes dos movimentos pretendem se encontrar com o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, depois da Copa, para pedir apoio à causa.

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