Por felipe.martins

Rio - A manifestação de professores das redes estadual e municipal nesta quarta-feira terminou em confrontos entre os docentes e policiais militares no Centro do Rio. Por volta das 14h, PMs intervieram para a liberação da Avenida Presidente Vargas, que foi interditada nos dois sentidos pelos manifestantes. Por volta das 16h, o confronto foi em frente à Secretaria Estadual de Educação (SEEDUC), no Santo Cristo, quando os professores tentaram colar adesivos no prédio. Uma professora foi detida acusada por PMs de agressão.

O Sepe (Sindicato Estadual de Profissionais da Educação) acusa a PM de usar spray de pimenta e lançar bombas contra eles. " Foi uma truculência desnecessária", disse o coordenador do sindicato, Alex Trentino. 

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De acordo com a Polícia Militar, agentes do 4°BPM (São Cristóvão), 5ºBPM (Centro) e do Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos (BPGE) foram acionados para acompanhar manifestação de cerca de 300 pessoas (número da PM) na Avenida Presidente Vargas, próximo à sede da Prefeitura, na tarde desta quinta-feira (28/05). Ainda segundo PM, os policiais foram autorizados pelos oficiais a impedir o bloqueio do trânsito pelos manifestantes. Para isto, foram usados artefatos de efeito moral.

Policiais e professores entraram em confronto no Centro nesta quarta-feira. Uma professora foi detidaJoão Laet / Agência O Dia

Um manifestante se feriu e uma professora foi conduzida à 17ªDP (São Cristóvão) sob acusação de agredir um dos policiais.

A professora detida foi levada para a 4ª DP (Praça da República) e depois encaminhada para a 17ª DP (São Cristóvão). O sindicato nega a agressão.  Ela foi autuada por resistência e desacato. Um grupo de 50 professores protestou em frente à distrital. Após prestar depoimento, a docente foi liberada por volta de 20h30

Estação de metrô chegou a ser fechada

A manifestação chegou a interditar os dois sentidos da Avenida Presidente Vargas: as pistas lateral e central no sentido Candelária e a pista central no sentido Praça da Bandeira. A estação de metrô da Cidade Nova chegou a ser fechada em razão do protesto. Segundo a concessionária, o funcionamento está normalizado.

Os docentes se concentraram pela manhã em frente à sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova. Eles, que estão em greve desde o último dia 12, pedem pelo reajuste salarial de 20% e melhores condições de trabalho.

Ponto cortado a partir desta quarta

A partir desta quarta-feira, os professores estaduais que faltarem ao trabalho terão o ponto cortado. A desembargadora Leila Mariano, presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, considerou ilegal a greve dos profissionais da rede estadual. Na decisão, publicada nesta terça-feira, a magistrada determina ainda que o sindicato da categoria, o Sepe, suspenda a paralisação, sob pena de multa diária de R$ 300 mil.

Professores interditaram a Avenida Presidente Vargas. A estação de metrô da Cidade Nova chegou a ser fechada em razão do protestoJoão Laet / Agência O Dia

De acordo com a desembargadora, o sindicato demonstrou desinteresse nas negociações com o governo. Leila Mariano lembrou que, segundo o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), o sindicato não apresentou intenção em resolver os pactos firmados anteriormente. E que, "ficou comprovado que o Estado cumpriu com os itens acertados".

"Iimportante registrar que, na referida audiência (no STF, dia 13/05), o Estado do Rio de Janeiro, em respeito aos professores e aos alunos da rede pública estadual, concordou com a manutenção dos grupos de trabalho e fóruns de debate para o aprimoramento dos temas previstos no acordo”, afirmou Leila Mariano, em um trecho de sua decisão.

A magistrada determinou a volta imediata ao trabalho e facultou ao Estado a decisão de cortar o ponto e descontar o salário dos grevistas. Leila Mariano remeteu seu despacho também ao relato, junto ao STF, de que “o Sepe incentivou a categoria dos professores a não trabalharem no mês de janeiro de 2014, o que inviabilizaria a reposição das aulas na forma acordada, fato este corroborado pelo Ministério Público oficiante no âmbito do Estado. Todavia, mesmo diante da ausência de inúmeros professores, o estado adotou todas as medidas visando à reposição das aulas, a fim de assegurar o cumprimento do calendário das aulas e os direitos dos alunos.”


 

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