Por thiago.antunes

Rio - O governo do Rio conseguiu autorização da presidenta Dilma Rousseff para usar contingente complementar das Forças Armadas durante os Jogos da Copa. Um documento com data de terça-feira, ao qual O DIA teve acesso, mostra que o plano de segurança para o evento no estado pode contar, caso seja necessário, com reforço nos perímetros de proteção aos hotéis onde estarão as delegações, os chefes de estados e governos; no centros de treinamentos das delegações, nos aeroportos Internacional do Galeão e Santos Dumont; nas rotas protocolares ou alternativas de acesso ao Maracanã, centros de treinamentos e hotéis.

Há expectativa de deslocamento de tropas para alguns pontos, hoje, por causa da autorização da presidenta. Desde terça-ferira, há 30 homens do 32º Batalhão de Infantaria Motorizado do Exército, de Petrópolis, na Granja Comary, em Teresópolis, onde os jogadores do Brasil estão treinando.

Dilma assinou terça-feira em Brasília autorização para que tropas militares completem a segurança no RioAgência Brasil

O documento surge num momento delicado da segurança da Copa no Rio. Na segunda-feira, o ônibus da Seleção Brasileira foi cercado por professores grevistas na saída de um hotel, próximo ao Galeão. O grupo protestou colocando dezenas de adesivos na lataria. A fragilidade do cordão de isolamento provocou uma chamada de atenção à cúpula de Segurança Pública no estado.

Prova disso é que, no dia seguinte, houve uma reunião com a participação do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o general José Carlos de Nardi, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. O documento assinado em Brasília permitindo o emprego de tropas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, diz que “a utilização de contingente ora ofertado em nada alterará as competências e funções já assumidas pelas Forças Armadas e pelas polícias estaduais até o momento”.

A mensagem da presidenta Dilma não é uma permissão para aplicação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que dá poder de polícia às Forças Armadas. No entanto, é visto como o primeiro passo para que se autorize o uso de tropas federais em caráter excepcional, quando, por exemplo, estiverem esgotadas as estruturas de segurança pública estadual para proteger a população e o patrimônio, como ocorreu no Complexo da Maré. A comunidade está ocupada pelo Exército.

As Forças Armadas têm efetivo de cerca de 5.300 militares para atuar no estado por conta dos jogos, seja no controle do espaço aéreo na fiscalização de explosivos, na defesa nuclear, na prevenção de combate ao terrorismo ou na proteção de locais. De acordo com a assessoria de imprensa do Centro de Coordenação de Defesa de Área, estes homens estarão aquartelados durante todo o período de realização do Mundial “para, se acionados, atuarem em ações de pronta-resposta.” Eles só serão usados em situações em que for configurado o GLO.

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