Rio - Único local permitido para o naturismo na cidade, a Praia do Abricó, em Grumari, é uma atração que pode agradar aos turistas estrangeiros que vêm para a Copa do Mundo, especialmente os provenientes da Europa, onde a prática é comum. A expectativa é que o número de visitantes diários chegue a um pico de 500 pessoas —mais que o dobro da frequência de 200 por dia nos finais de semana, segundo cálculos da Associação Naturista de Abricó (ANA).
Confiante em atrair banhistas estrangeiros, o grupo, porém, se ressente com a falta de apoio da prefeitura e cobra melhorias estruturais na área. As principais reivindicações são a colocação de placas que avisem sobre a liberação da prática do nudismo e a melhoria da segurança durante os finais de semana, quando o movimento é maior. “Essa região de Grumari é isolada, não tem nada aqui perto. Então, a falta de guardas municipais acaba afastando muitos banhistas”, afirma Claudio Haliuc, relações públicas da ANA, que há 20 anos promove o naturismo no Abricó.
Apesar do longo tempo em que o nudismo é praticado na praia, falta uma legislação específica sobre o assunto. Para isso, a associação deposita suas esperanças em projeto de lei, tramitando na Câmara dos Vereadores, que libera o naturismo na área e obriga o poder público a “manter a segurança e ordem, inibindo abusos de qualquer natureza” na praia. Além disso, o texto prevê a sinalização da praia.
Regularização
Autora do projeto, a vereadora Laura Carneiro (PTB) acredita que a lei traria aos praticantes de nudismo a certeza de manutenção do apoio da prefeitura, independentemente de quem estiver no poder. “A lei vai ajudar a criar uma consciência sobre essa prática milenar e auxiliar os naturistas a cobrarem seus direitos junto ao Executivo”, explica Laura. Contudo, o projeto, de maio de 2013, não deve ser votado antes da realização do Mundial. “Precisaríamos colocar o tema em caráter de urgência”, diz.
A luta da ANA pela regularização do nudismo na praia é antiga. Em 2008, projeto do vereador Adilson Pires (PT) buscava estabelecer as mesmas regras da lei proposta atualmente. Tal projeto esteve para ser votado por três anos até ser arquivado, em janeiro de 2013.