Rio - Do laranja vivo da Holanda ao amarelo da Colômbia, camisas de diversas seleções coloriram os pontos turísticos do Rio ontem, com a chegada massiva dos estrangeiros que vieram assistir ao Mundial. De acordo com a Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), 400 mil turistas de fora do Brasil vão circular pela cidade nos 30 dias da Copa (a estimativa da Embratur é mais modesta, de 90 mil estrangeiros).
Muitos aproveitaram o domingo ensolarado para passear nas praias da Zona Sul e visitar o Maracanã, palco da finalíssima no dia 13 de julho. Foi só dar uma voltinha pelos arredores do Maraca para se sentir um verdadeiro cidadão do mundo. O mexicano Luis Solano e o sul-coreano Harry Roh se conheceram na entrada e logo engrenaram um papo futebolístico. Em inglês, registre-se.
“Vou seguir o México pelo Brasil todo, vou a Natal, depois Fortaleza (quando enfrentam o Brasil, no dia 17) e Recife”, lista Solano, reconhecendo a dificuldade de jogar contra nossa Seleção. “Vencer a Copa é um sonho tão grande quanto difícil para nós”, reconhece.
“Estou torcendo para Gana, porque também é da África”, contou o egípcio Nader Maurice, entre um clique e outro da emblemática estátua do Bellini, na frente do estádio. Feliz de estar no Rio pela primeira vez, ele não se opôs a tirar uma foto abraçado com o casal bósnio Karabegovic e Chrisfl Adnan. “Não cantem vitória antes do tempo!”, alertou Chrisfl aos brasileiros, se referindo ao jogo de estreia do torneio, entre Brasil e Croácia, na quinta-feira.
O engenheiro croata Tugdmir Culjak, 31, vai acompanhar a partida com os amigos e acredita na vitória do time europeu, mesmo diante do favoritismo do Brasil. “Vamos ganhar de 1 a 0, com um gol de Jelavic”, prevê ele, que se surpreendeu ao encontrar com um dos expositores da feira hippie de Ipanema, na General Osório, com a camisa de seu país. Trata-se de Ivan Jilek, filho de croatas que expõe na feira desde 1968. “Vou torcer para o Brasil e para a Croácia”, diz ele, político.
Além do Rio, os turistas também estão ansiosos para conhecer outras capitais. O australiano Neil Gallagher, 60, e o filho Jack Gallagher, 16, vão peregrinar por Cuiabá, Brasília, Porto Alegre, São Paulo, Brasília e Curitiba. Como a Austrália está no grupo da morte (com Espanha, Holanda e Chile), eles não têm muita esperança de avançar na competição. Mas, fanáticos por futebol, querem mesmo é ver um bom futebol. “Queremos muito ver Neymar, David Luiz e Thiago Silva jogando juntos”, diz Neil.
Vitória do Brasil não é unanimidade entre estrangeiros
Apaixonados por futebol, os holandeses Sjoerd Van Fessen, 33, e Femke Geurts, 33, estão celebrando uma espécie de lua de mel futebolística no Rio. Eles se conheceram na Copa da Alemanha, em 2006, e vieram ao Brasil para acompanhar o desempenho da laranja mecânica. Apesar de torcerem pelo país natal, eles veem os possíveis resultados com frieza e apostam na nossa Seleção como provável campeã. “Vamos ter sorte se avançarmos, pois estamos em um grupo forte, com Espanha e Chile. O Brasil é o melhor time”, diz.
O empresário mexicanos Marco García também aposta mais no Brasil do que em sua própria equipe. “No México, já estaremos felizes se chegarmos ao quinto jogo”, afirma. Já o colombiano Jhon Fredy, 30, foge das previsões comuns e acredita firmemente que a taça está destinada aos colombianos, ainda virgens em títulos de Copa do Mundo. “É a primeira seleção forte em muitos anos na Colômbia. Falcão García não vai jogar, mas temos outros bons veteranos”, diz.